Doradem é maior e mais cosmopolita cidade de Therimah. Mais do que isso, é o centro de toda a historiografia mundial de Therimah que, desde os tempos mais remotos, utiliza como ano base de seu calendário a fundação da cidade como Ano Um.
Na Era Antiga a fundação de Doradem foi considerada o marco inicial do domínio do Clã Etern, uma família que teve poder e autoridade superior às grandes nações daquele tempo por mais de um milênio. Com o fim do Clã a cidade também entrou em declínio e, apenas 1300 anos depois vem a ser fundada Nova Doradem, que é nosso assunto principal no artigo de hoje.
Tendo surgido como uma cidade de pescadores e comerciantes, a pequena cidade de Argat foi o berço de nascimento da Ordem Infinits, um grupo de famílias vindas de diversos países e com distintas etnias que, buscando resgatar a harmonia mágica de Therimah, escolheu aquela cidade, supostamente o mesmo local onde teria existido, milênios antes, a lendária cidade-fortaleza do Clã Etern, para habitar. A aliança entre famílias ricas trouxe um desenvolvimento veloz para Argat e, em pouco tempo, um dos membros da Ordem se tornou também o governante local, decretando a mudança do nome da cidade para Nova Doradem.
A Ordem Infinits foi, desde sua fundação, uma mistura entre espiritualidade, política e influência econômica. Tendo sua organização interna fundida a administração da cidade, fez esta crescer e se tornar o berço do pensamento integrado entre povos de Therimah. Esse modelo trouxe muito dinheiro e desenvolvimento humano e das diversas Ciências (mágicas e não-mágicas) na cidade (posteriormente se estendendo ao estado, que também foi rebatizado para Estado de Doradem), mas suas falhas e contradições internas foram se tornando um peso cada vez maior, até o ponto da ruptura completa do status quo da Ordem e da cidade.
A grande contradição da Ordem está na aplicação da integração entre os povos. Em Therimah existem pelo menos 10 troncos civilizatórios que se disseminam nos povos das dezenas e mais dezenas de nações que existem, porém, na formação da Ordem Infinits e por todo o seu decorrer, apenas famílias vindas de 4 povos distintos estiveram no seu núcleo. E, ainda que, num esforço de demonstrar abertura aos outros povos a Ordem tenha fundado a Câmara Deliberativa Internacional, com bancadas e representantes de todos os povos em diferentes números (o que gerou outra problemática de representatividade, por sinal), o fato do Presidente da Câmara Deliberativa ser o Líder atual da Ordem termina por pender todas as decisões coletivas para o favor das famílias relacionadas ao Clã.
Graças a essa contradição a tensão política entre nações que não se sentiam plenamente representadas apenas foi crescendo, ainda que com muitas medidas de controle por parte da Ordem, terminando por ser um dos fatores da ruptura que, em 735 ND levou à Guerra da Ruptura Total.
Apesar de todos os problemas políticos que marcaram Doradem desde seu início, fato é que esta grande metrópole foi berço, ou pelo menos grande receptora e difusora, de grande movimentos artísticos, filosóficos e científicos. Cada distrito que compõe a cidade é dotado de riqueza cultural e humana enormes ao conseguir, longe do controle das manobras políticas, integrar pessoas de todas as origens e culturas de maneira harmoniosa em boa medida.
Claro que este pensamento não é fruto apenas de Doradem, mas em grande medida foi inspirado pela segunda maior cidade de Therimah, Alabast, capital de nação do mesmo nome, de maioria populacional Devenn. Porém, a mistura e explosão cultural de Doradem é certamente única em todo o mundo.
Nesses quesitos, Doradem se tornou um modelo a ser copiado, admirado ou veementemente execrado pelas capitais nacionais dos outros países de Therimah, ao redor do mundo inteiro.
Seja bem-vinde ao universo ficcional de Infinits! Este é um complexo cenário de aetherpunk que vem sendo moldado e refinado desde janeiro de 2002 por LKMazaki. O Empório Infinits é o lugar onde todas as informações sobre este projeto criativo são arquivadas de modo organizado para referência e expansão.
Sinta-se à vontade para explorar o conteúdo do site.
Esta página está sempre em expansão.
- LKMazaki
Maio de 2021
sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
domingo, 19 de janeiro de 2020
[História] Mito da criação de Etern e Eras Histórias estimadas
(Nota
da tradutora do rúnico arcaico:
Os documentos apresentados a seguir e nas próximas seções são
relatos recuperados através de expedições arqueológicas ocorridas
ao longo desta década, a constar do ano 230RD à 240RD (Refundação
de Doradem). São escritos provavelmente datados do final do período
arcaico onde Therimah era denominada pelo nome Etern,
aparentemente uma época onde a busca por resgatar dados de períodos
ainda anteriores estava em voga, devido ao detalhamento ímpar de
tais relatos.
Também
gostaria de acrescentar uma nota histórica desta tradução sobre a
estranheza e divergência imensa entre Mundo Antigo e a Therimah
contemporânea. Sem grande alarde, irei apontar algumas das
incongruências de tais textos através de notas.)
.
O
mito da criação de Etern
Das
brumas dos Tempos Primordiais, anteriores ao próprio Tempo, os cinco
criadores de Etern tiveram seu nascimento e ascensão.
Foi
da aliança e guerra entre os cinco sagrados que se criou o décimo
segundo e último dos mundos do Reino dos Sonhos: Etern.
Sime,
líder e centralizador de todo o equilíbrio de Etern, foi quem
determinou a ordem e criação dos povos humanos variados.
Wolferh,
deus guerreiro e implacável, foi o responsável pelo caos inerente
às sociedades humanas e entre os próprios deuses.
Parax,
deus provido de grande intelectualidade, foi quem fomentou a base de
todo o raciocínio humano.
Ran,
deus de infinita sabedoria e compaixão foi o único que não se
envolveu na criação da humanidade, dedicando-se à criação da
flora e fauna de Etern.
E
por fim, Beidbed, deus obscuro, carregado do ódio mais profundo,
criou todos os males e pragas que corroem os cantos do mundo.
Foram
das suas intermináveis batalhas que deram origem aos céus e terras
de Etern.
N.T.:
Tal visão mitológica e deiísta não é mais a regra nas sociedades
modernas de Therimah. Esta mitologia em particular tem maior
semelhança às crenças dos Infinitares, crentes provenientes em
grande parte dos países de origem deven. Porém é de se ter nota de
curiosidade pelo fato de alguns dos nomes usados em escrituras tão
antigas terem chegados em nossos tempos através de nomes de clãs e
castas.
.
Eras
de Etern
A
História de Etern pode ser dividida em três grandes fases, cada uma
contendo diversos períodos de acontecimentos relacionados. Elas são
a "Era dos Deuses", "Era dos Heróis" e "Era
Moderna". Existe ainda a chamada "Era Neo-Magica",
mais recente e ainda nebulosa.
N.T.:
Essa tal Era Neo-Magica pode ser entendida exatamente com os tempos
em que vivemos, onde a magia realmente retomou seu lugar devido, mas,
já sem a prisão das crenças em criaturas divinas imaginárias, as
sociedades puderam se desenvolver e diversificar em liberdade.
A
Era dos Deuses
Esta
se estende desde a criação de Etern a partir dos cinco deuses
(Simes, Wolferh, Ran, Parax e Beidbed) até o momento em que a fúria
do deus Beidbed foi detida pelos esforços da Ordem Ômega. Sua
duração aproximada é de 10 mil anos.
A
Era dos Heróis
Considerada
a Era mais próspera do mundo de Etern. Iniciada com a real
unificação dos povos em torno do Senado Universal e do Clã
Sagrado. Neste período temos grandes guerras e períodos de paz se
alternando, com um grande crescimento populacional e uma lenta e
gradativa melhoria da tecnologia (baseada em vapor e mecânica pura)
para suprir a necessidade que somente a magia não poderia. Apesar de
toda a prosperidade a crise da extinção da magia cresce até
tornar-se absoluta.
Esta
era tem final com queda do Clã Sagrado e a extinção de toda a
energia mágica na atmosfera de Etern.
A
Era Moderna
Com
a extinção da magia Etern entrou em uma nova fase, onde
distanciou-se por completo dos outros mundos que compõe o Reino
dos Sonhos, caindo
assim em um período marcado pelo avanço tecnológico e a ignorância
sobre qualquer aspecto mágico.
Essa
Era tem como marco de encerramento a Crise
Final da Existência,
momento crucial para todos os seres em todos as dimensões, lutando
contra a anti-Existência. A vida após este período ainda é
recente e nebulosa do ponto de vista histórico, mas seguindo as
lendas que foram deixadas desde o final da Era dos Deuses, este
período seguinte foi denominado de "Era Neo-Magica".
N.T.:
Diversos termos apresentados têm significado também nebuloso para
mim, pois não tenho parâmetros para compreender o que o texto quer
dizer com ‘dimensões’, ‘Reino dos Sonhos’ ou
‘anti-Existência’.
.
[História] Cronologia Etern-Therimah com comentários - parte 2
(Nota
da tradutora do rúnico arcaico:
Os documentos apresentados a seguir e nas próximas seções são
relatos recuperados através de expedições arqueológicas ocorridas
ao longo desta década, a constar do ano 230RD à 240RD (Refundação
de Doradem). São escritos provavelmente datados do final do período
arcaico onde Therimah era denominada pelo nome Etern,
aparentemente uma época onde a busca por resgatar dados de períodos
ainda anteriores estava em voga, devido ao detalhamento ímpar de
tais relatos.
Também
gostaria de acrescentar uma nota histórica desta tradução sobre a
estranheza e divergência imensa entre Mundo Antigo e a Therimah
contemporânea. Sem grande alarde, irei apontar algumas das
incongruências de tais textos através de notas.)
.
Cronologia de Etern detalhada
Era
dos Hérois
O
Senado Universal
Após
a batalha contra Beidbed houve um período de transição, onde todos
os povos de Etern tiveram que se adaptar às novas condições que se
apresentavam. Os povos de Nayo passaram a compor os círculos
políticos, sendo integrados desde o início real do Senado
Universal.
Os
daasts, diferente do que ocorrera nos períodos antigos, não foram
dados como extintos. Os daasts restantes da guerra retornaram para o
vale onde residiam e tiveram que aprender por si mesmos os que fariam
agora que o único guia do seu povo, o demônio Beidbed, não existia
mais.
Ainda
neste período pós-guerra o grande plano do Clã Sagrado enfim foi
concluído: o Senado Universal. Uma corte de políticos representando
todas nações de Etern que teriam o senado como veículo facilitador
de todas as discussões, além de um canal direto com a realeza de
Doradem, que teria o papel de controle final sobre as decisões
tomadas pelo conjunto dos senadores. Foi o início dessa política
sofisticada de global que foi o marco do início verdadeiro da era
seguinte ao período de batalhas dos deuses. Essa era recebeu o nome
de Era dos Heróis.
O
primeiro reinado do Clã Sagrado na Era dos Heróis foi o de Éluri
Etern. Durante seu governo, também impulsionado pelo desenvolvimento
do Senado, Doradem atingiu o que foi considerado seu apogeu. A grande
metrópole era centro de toda a atividade comercial, política e
cultural de Etern. O corpo dos Magos Marciais, exército do Clã
Sagrado, se recuperou nas décadas seguintes à Guerra Sombria, o que
também possibilitou como nunca antes que Doradem intervisse
diretamente sobre todas as questões militares necessárias, com
missões dos marciais.
.
O
Estado Daast
Ainda
durante o governo de Éluri Etern uma decisão da rainha causou
enorme polêmica à sociedade e desentendimentos dentro do Senado
Universal. Isso foi devido ao encontro inédito entre o líder do
povo Daasts daquele tempo com a rainha, dentro do próprio plenário
do Senado. Esse encontro resultou no reconhecimento do povo daast
como um povo legítimo habitando Etern. Mesmo que em termos práticos
isso não alterasse nada, a revolta contra essa decisão da rainha
foi enorme, causando uma tensão política e social enorme dentro de
Doradem durante algumas estações.
Porém,
no reinado seguinte, de Edward
Reeves Etern, a
princesa Melany Reeves
Etern foi responsável
por uma decisão ainda mais controversa: estabelecer oficialmente o
território e a constituição do estado daast. Essa ação da
princesa foi reflexo da guerra entre o povo sombrio e os simes pelas
posses de uma parte do território da província central do estado
Simes. A batalha já se estendia por décadas e o povo sime já não
possuía mais recursos nem para manter o conflito nem para sustentar
sua população, mas mesmo assim não se rendia à tomada do
território, numa atitude muito mais de orgulho do que de preocupação
com o povo.
A
decisão de Melany Etern não foi aceita nem mesmo pelo próprio rei
Edward, porém este não era capaz de negar os argumentos e estudos
realizados pela irmã para chegar àquela solução. Esse impasse
gerou a necessidade de uma convocação de um enviado do Elevado, o
mundo dos imortais, para resolver aquela questão. E o enviado deu
seu voto pela decisão de Melany Etern.
Porém,
ainda que ficasse claro que o estabelecimento do Estado
Daast fora a melhor
decisão para a resolução do conflito, a batalha dos simes não
cessou com a decisão. Isso se deu apenas quando a própria Melany
partiu com um grupo de magos marciais para o foco do conflito com o
objetivo de estabilizar a área. O trabalho da princesa neste
conflito lhe rendeu fama no Elevado, que posteriormente chegou a
convocá-la para intervir em outros conflitos em mundos vizinhos à
Etern.
Ainda
em seu governo, Edward Reeves Etern criou o cargo de Alto
Ministro do Senado,
com o intuito de descentralizar o peso das decisões finais do
Senado. Anteriormente nenhuma decisão seria oficializada antes da
análise e concessão da coroa. O estabelecimento deste cargo
resultou em uma maior autonomia do Senado, sem tirar os poderes
absolutos da coroa do Clã Sagrado. O objetivo de Edward era o de
prevenir que um governo futuro fosse capaz de estabelecer um nível
de totalidade no poder que fosse capaz de paralisar as ações do
Senado, o que seria um retrocesso na sua visão. O primeiro Alto
Ministro nomeado não foi ninguém menos do que Melany Reeves Etern.
.
Sarah
Etern e Willian Etern VIII
A
geração seguinte do Clã Sagrado foi constituída pelos dois filhos
do Rei Edward: Sarah e Willian VIII. Esta geração é considerada o
início da decadência do Clã Sagrado enquanto governantes de
Doradem e Etern. Sarah
Reeves Etern, herdeira
da coroa era uma pessoa de caráter fraco e covarde. O príncipe
Willian Etern VIII
era invejoso e gostava de chantagear seus desafetos utilizando-se de
sua posição.
Foi
nesta geração em que a desejada união entre o Clã Sagrado e a
Família Magno finalmente aconteceu, porém ao invés de ser uma
ocasião de alegria e esperança, nos mais diversos círculos sociais
existia a certeza de que o reinado de Sarah Etern e James
Magno não traria
prosperidade à Etern. De fato, o governo de Sarah Etern foi bastante
medíocre visto que a mesma era uma pessoa completamente alheia a
toda a política.
O
cargo de Alto Ministro do Senado, continuou sendo de Melany Etern
ainda durante os primeiros anos do reinado de Sarah e James. Willian
esperava que fosse nomeado ao cargo, mas a escolha de Melany foi por
Gabriel Witchmor,
sobrinho de sua guarda-costas, Sofia
Witchmor, um garoto
que foi criado no mesmo meio que os jovens príncipes, tendo por
tanto toda a educação necessária para o cargo.
Apesar
dos esforços de alguns, um período de estagnação econômica e
científica se instaurou durante este governo.
.
Dan
Magno Etern, o Imperador
Sarah
Etern e James Magno tiveram três filhos: Dan, Helena e Julie. A
caçula veio a falecer ainda na infância devido a uma doença.
Dan
Magno Etern, herdeiro
da coroa do Clã Sagrado, foi criado como o centro de todas as
atenções. Desde os tempos da Batalha Sombria a sociedade ansiava em
ver a união dos sangues da Família Real com os Magno. Dan era a
concretização deste anseio. Muitos especularam que ele teria
habilidades em magia marcial incomparáveis, outros chegavam ao ponto
de dizer que seria uma verdadeira divindade. Acontece que toda esta
atenção não foi saudável para o desenvolvimento do príncipe.
Aos
vinte anos, Dan assassinou James Magno Etern e assumiu a coroa mesmo
sendo solteiro. Dan tentou paralisar as atividades do Senado, mas
Gabriel Witchmor não permitiu isto, gerando uma verdadeira guerra
contra os senadores e seus assessores.
Dan
queria ser o único poder de Etern, portanto enviou ultimatos aos
reis das diversas nações, para que se subjugassem somente a ele,
retirando todo o poder do Senado Universal. A atitude do Rei era
vista como um retrocesso absurdo pela maioria das pessoas estudadas.
Os mais radicais, se tinham problemas com as gerações mais recentes
da Família Real eram os únicos que apoiavam sinceramente o Monarca,
pois viam aquela rebelião como a retomada do modo antigo e correto
de poder. Depois dois anos de guerra civil dentro de Doradem e
diversas das capitais dos povos, Gabriel Witchmor foi assassinado,
causando a dissolução do Senado.
Foi
Ukor Magno,
primo de segundo grau de Dan e Helena, que tomou a decisão de
enfrentar pessoalmente o Rei para tirá-lo do poder. Ele teve o apoio
da princesa Helena e juntos eles iniciaram uma operação sigilosa,
envolvendo diversos políticos e mesmo uma boa parte das tropas dos
Magos Marciais, para acabar com o reino de terror.
Helena,
convocando sua parcela do exército do Clã Sagrado, declarou-se Alta
Ministra e retomou as atividades do Senado. Entrementes, pelo menos
metade das nações declararam sua repulsa ao governo de Dan,
expulsando as tropas de Doradem de seus territórios.
O
monarca, autodeclarado Imperador
das Terras de Etern,
era poderoso e pretendia acabar com o que restara do Senado com as
próprias mãos. Só que Ukor apareceu em seu caminho. Os dois
batalharam e Ukor saiu vencedor, terminando com a vida de Dan. Quem
sucedeu o trono foi Helena
Magno Etern ao lado de
Ukor Magno Etern.
.
O
desaparecimento dos Golomites e Yadommns
Os
reinados seguintes do Clã Sagrado não alcançaram mais a glória do
início da Era dos Heróis. Batalhas entre clãs de guerreiros
independentes foram se tornando parte da cultura de Etern. O
desenvolvimento tecnológico daquela época declinava muito rápido,
devido à uma crise silenciosa que se instaurara: a extinção da
magia.
O
processo era gradual, mas a cada centena de anos a impressão que
ficava era quem as diversas culturas mágicas iam perdendo parte de
seus conhecimentos mais profundos. Além disso, os magos cada vez se
tornavam mais ordinários. Grandes mestres eram cada vez mais
difíceis de se encontrar.
Como
boa parte da tecnologia utilizada para o desenvolvimento das cidades
e comunicações eram baseado na utilização da energia mágica
presente nas almas, com esse declínio foi se tornando mais evidente
a falta de matéria-prima para itens básicos da sociedade, como
iluminações públicas ou os navios voadores.
Porém
outro fator que marcou de maneira profunda esse decrescimento mágico
de Etern foi o desaparecimento de Golomites e Yadomns. Os povos
mágicos que habitavam o continente afastado, Daren, se deu
subitamente. As pessoas se perguntaram durante muito tempo se estes
haviam morrido devido à falta de magia no ar. O que na verdade
ocorreu ou uma migração destes para o Elevado ou para outros mundos
mais férteis, antes que fosse realmente impossível para eles manter
a vida numa atmosfera desprovida de magia.
Junto
com essa crise mágica parecia que a própria humanidade se
transformava. Haviam cada vez mais bandidos e assassinos. Os governos
se tornaram mais desleais do que quaisquer outros das eras mais
antigas. A ganância se tornava uma doença cada vez mais
proliferada, à medida em que a classe burguesa se tornava inchada
demais para ser suportada com decência por seus governos
monárquicos.
Foi
nesse período também que os primeiros passos da Ciência Pura,
desprovida de vínculo com a magia, se deram.
.
Ian
Etern, o príncipe daast
Centenas
de anos transcorreram. A extinção da magia continuou avançando
pouco a pouco. Na época em que Ian
Etern nasceu as
façanhas mágicas já haviam sido reduzidas a pequenos efeitos que
funcionavam no máximo como auxiliares em uma batalha de espadas.
Muitos exércitos já utilizavam armas de fogo primitivas.
Ian
Etern foi marcante para a história do Clã Sagrado. Tendo sido
sequestrado ainda quando criança, o príncipe foi dado como morto
durante uma década. A realidade é que Ian Etern foi capturado e
torturado pelo líder de uma das facções mais sombrias dos daasts,
sendo forçado a tornar-se um mago negro do tipo mais sanguinário.
Ele foi usado na tentativa de assassinar o rei daquela época, para
que os daasts tomassem o poder, porém o plano não foi bem-sucedido.
Ainda assim, Ian tornou-se um rei frio e cruel, sendo temido por boa
parte da realeza. Porém sua frieza se mostrou necessária quando
acontecimentos terríveis se abateram por toda Etern.
.
A
noite de seis estações
Uma
tragédia abateu-se sobre toda a Etern, marcando o início do período
final da Era dos Heróis. Uma tormenta da natureza como jamais se viu
igual, que durou cerca de dezoito meses e se espalhou por todos os
continentes, devastando e mudando por completo a situação econômica
e política de Etern.
Maremotos,
terremotos, nevascas, furacões e chuvas incessantes, em uma
proporção tal que os estudiosos não souberam explicar como fora
possível. A tormenta teve início no oceano, entre o país aika e a
costa oeste do país halz, logo estendendo-se pelo Desento da
Desolação, todo os país Simes e por fim o continente Nayo.
Os
fenômenos foram de uma violência que devastaram por completo a
península aika, levando aquele povo quase à extinção. Os devens
enfrentaram uma miséria como jamais qualquer seca fizera antes.
Em
quatro meses o Senado Universal parou suas atividades, pois todos os
povos estavam enfrentando dramas, o que exigiu que os senadores e
políticos voltassem a suas pátrias. As forças militares da Família
Real foram pouco para tentar amenizar o sofrimento mesmo das famílias
de Doradem.
A
tragédia teve início logo no primeiro ano de reinado de Ian Etern,
o príncipe daast, o que fez vários opositores declararem que aquilo
era uma punição dos deuses por deixar uma pessoa tão corrupta
ascender ao cargo mais alto do governo mundial.
Houve
também quem afirmasse que a “Noite” se tratava do retorno do
deus-demônio Beidbed.
Ao
término da Noite, os halz deram abrigo aos sobreviventes aikas, que
se instalaram provisoriamente em sua costa mais ao norte. Anos depois
houve a migração dos aikas para uma província simes, onde
estabeleceram sua nova nação, já com a cultura mágica extinta e
com o desenvolvimento tecnológico evidente. Um grupo chamado
Rebeldes Steam,
liderado por Pedro
Steam, foram grandes
responsáveis pelo barateamento e desenvolvimento das primeiras
tecnologias sofisticadas utilizando vapor.
Claro
que os Simes não aceitarem essa perda territorial pacificamente, o
que criou diversos conflitos entre os dois povos.
.
Os
marcos finais da Era dos Heróis
Diversos
acontecimentos seguintes à Noite
de Seis Estações
marcaram o fim da Era
dos Heróis.
Primeiro
as chamadas Torres dos
Deuses, presentes
desde o início dos tempos no país Simes e país paraxo de Lifay,
vieram a baixo quase simultaneamente. A sociedade ficou perplexa com
esse acontecimento e o atribuíram como consequência da Noite. O
real motivo, jamais compreendido pela massa, era que as Torres, assim
como criaturas mágicas antigas (como Golomites) necessitavam de
magia para existir e, àquela altura, a atmosfera de Etern já estava
escassa dessa energia, o que levou à erosão das construções.
O
Senado Universal, mesmo depois do restabelecimento da ordem, gerado
pelo imperador Dan
Magno Etern, séculos
antes, não mais voltou a trabalhar de maneira perfeita. Em grande
parte, isso também foi devido à falta de autoridade do Clã Sagrado
sobre os atuais governantes.
O
Clã Sagrado em si estava chegando ao seu final. O neto de Ian Etern,
Lance Etern, foi o último a reinar oficialmente. Ele foi assassinado
durante uma batalha dentro de Doradem. Ainda que existissem ainda
primos e sobrinhos de Lance que poderiam vir ao poder um outro fato
também ocorrido durante esta batalha em Doradem foi o ponto final
daquela família histórica.
Ao
receber o golpe fatal, Lance empunhava a lendária Espada Spirit. A
mesma caiu de suas mãos e, ao atingir o solo, teve sua lâmina
partida em três partes. Este fato despertou discussões
intermináveis sobre seu significado. Para os céticos aquilo fora
apenas uma espada muito velha se quebrando. Já para os poucos que
preservavam a cultura da sabedoria dos tempos antigos, aquele fora o
sinal de que o Clã Sagrado havia deixado de existir como os
representantes dos imortais em Etern.
Este
momento, marcado também como fim da cidade-fortaleza de Doradem, é
o marco do fim da Era dos Heróis.
.
.
Era
Moderna
O
desenvolvimento tecnológico
Com
a destruição de Doradem e o fim da Linhagem Sagrada, o Senado
Universal de Etern foi dissolvido em questão de poucos meses, já
que as principais bancas (Simes, Aika e Daast) estavam em guerra
neste período.
A
República Aika teve um desenvolvimento econômico e tecnológico
mais veloz do que outros povos e logo passou a ter o controle
econômico de todo o mercado internacional em formação. Foram
pioneiros em técnicas que tornaram motor das primeiras indústrias,
como a otimização do uso do vapor e a energia elétrica.
A
Nação Simes passou por um demorado e sofrido processo de separação,
onde todas as suas províncias tornaram-se países a princípio
monárquicos.
Na
corrida pela modernização os daasts e lifays foram os mais bem
sucedidos, depois dos aikas. Os devens passram a ser mais geradores
de capital intelectual do que produtor. Os halz entreram em um
isolamento que durou meio século, retardando sua inevitável
dissolução em diversos países.
Os
daast tornaram-se uma potência graças à sua indústria bélica,
que introduziu armamentos e veículos de guerra.
O
primeiro automóvel foi projetado por um devem, formado em uma
universidade aika, ao trabalhar em uma empresa lifay.
Da
primeira indústria têxtil ao primeiro automóvel levou-se cerca de
duzentos anos, isso graças à resistência na modernização de
alguns povos.
Do
primeiro automóvel ao primeiro computador digital foram trinta anos.
Vinte até os computadores pessoais e mais vinte até a Era da
Internet.
.
Depressão
tecnológica
Apesar
de todo o desenvolvimento moderno de Etern, os conflitos sociais e
problemas como “epidemias” de depressão e suicídios em massa
explodiram por todos os países agora existentes em Etern. O
entretenimento tornou-se uma das indústrias mais importantes para
tentar conservar a saúde mental da população de classes mais
baixas, oprimidas pelas condições degradantes de trabalho e a falta
de valores ou esperança.
O
fenômeno chamado de “depressão tecnológica” se deu exatamente
neste ponto da História, quando o crescimento das economias
acarretava uma série de mazelas para a população mais pobre e
desprivilegiada pelos avanços. Um fenômeno contrário do que se
imaginaria a princípio. Ao mesmo tempo em que a liga mundial de
tibol movimentava uma quantidade absurda de dinheiro, levando
espetáculos grandiosos a todas as partes do globo, a quantidade de
abortos e suicídios só crescia a cada ano. Seitas ocultistas sem
qualquer vínculo com a verdadeira magia surgiam como conforto para
os que precisavam de respostas, não importando os métodos para
chegar a estes esclarecimentos.
A
certa altura, um dos muitos conflitos globais daqueles tempos acabou
trazendo um sentimento de busca pelo passado e sua valorização que
impulsionou como nunca antes a pesquisa arqueológica. Do dia para a
noite as páginas dos grandes jornais davam tanto destaque para as
estrelas do tibol quanto para os resultados mínimos de qualquer
grupo de arqueólogos que viajava para o esquecido continente Daren.
.
O
colapso da Anti-Existência
Foi
neste ponto em que nasceu Miguel, um jovem comum que se tornou
arqueólogo e foi responsável por uma série de descobertas
importantes sobre o passado perdido de Etern. Peças soltas e
incompreensíveis de um grande mistério, aos olhos do público.
Porém foram os acontecimentos seguintes a essas descobertas que
marcaram uma nova revolução na história de todo o mundo.
Miguel
e seu grande amigo, Foster, foram envolvidos em uma trama muito maior
do que suas próprias existências. Isso porque, dentro da alma de
ambos haviam segredos dos tempos mais antigos do que o próprio
mundo, que foram fundamentais para o momento de crise que atingiu
toda a Existência.
Foster
não era nada menos do que a reencarnação adormecida do antigo
deus-demônio Beidbed. Sua identidade foi descoberta por uma seita
que seguia as determinações dos lendários escritos de Éluri
Etern, para tentar salvar Etern de uma possível destruição. Contra
a própria vontade, Foster foi usado e teve todo o poder dentro de si
despertado, sendo usado como uma arma de opressão e destruição. A
seita que o usara queria não apenas salvar Etern, mas também
tornar-se sua governante suprema.
Já
Miguel tinha um segredo ainda mais ancestral o outro. Ele era nada
menos do que o “Infinit Original”, uma entidade criada antes do
início da existência de Etern, pelos próprios deuses originais.
Miguel jamais havia encarnado antes, pois sua vida havia sido criada
e planejada para aquele momento da História. Pois acontecimentos
muito piores do que o despertar de Foster estavam caminhando fora dos
domínios de Etern, para afetar todos os seres vivos, mortais e
imortais do Reino dos Sonhos.
Ametronel,
uma entidade nascida do ódio dos infinits, uma criatura com o poder
até então desconhecido, a “Anti-Existência”, que enfim
despertou depois de milênios acumulando sua energia com um único
objetivo: fazer deixar de existir tudo o que havia no Universo.
Uma
batalha transcendental que levou não apenas Etern, como toda a
Existência, aos seus limites se sucedeu. Miguel cometeu erros na sua
trajetória, mas ainda conseguiu a vitória sobre Ametronel.
A
essa altura já não existia mais o que fora conhecido como Etern.
Apenas uma ínfima parte do território de antes resistiu à batalha
e essa porção acabou por fundir-se a outras tantas migalhas de
mundos de diferentes dimensões, para configurar então a nova face
do Reino dos Sonhos.
Iniciava-se
neste ponto uma nova era histórica, ainda inexplorada: A Era
Neo-Magica.
.
(N.T.:
Apesar de ter detalhes de imenso interesse para a o entendimento dos
Tempos Antigos, é notável que houve menor esforço nestes relatos
do que nos relatos das nomeada ‘Era dos Deuses’. Este fato denota
certo caráter religioso às possíveis motivações desta obra, o
que pode fomentar teoria de tenham sido escritos pelos precursores da
religião Infinitare.)
[História] Cronologia Etern-Therimah com comentários - Parte 1
(Nota
da tradutora do rúnico arcaico:
Os documentos apresentados a seguir e nas próximas seções são
relatos recuperados através de expedições arqueológicas ocorridas
ao longo desta década, a constar do ano 230RD à 240RD (Refundação
de Doradem). São escritos provavelmente datados do final do período
arcaico onde Therimah era denominada pelo nome Etern,
aparentemente uma época onde a busca por resgatar dados de períodos
ainda anteriores estava em voga, devido ao detalhamento ímpar de
tais relatos.
Também
gostaria de acrescentar uma nota histórica desta tradução sobre a
estranheza e divergência imensa entre Mundo Antigo e a Therimah
contemporânea. Sem grande alarde, irei apontar algumas das
incongruências de tais textos através de notas.)
.
Cronologia de Etern detalhada
Era
dos Deuses
(N.T.:
Relembro o dito em nota anterior sobre a incompatibilidade do texto a
seguir com as crenças atuais difundidas fora dos círculos da
religião dos Infinitares. Fiz o possível para não deixar nenhuma
informação de fora, apesar de não ter apego pessoal por tais
crendices.)
.
No
início do mundo os deuses eram próximos aos mortais
No
início dos tempos a magia entre dos homens era tão natural que nem
sabiam o quão extraordinário eram seus feitos. Mesmo nos pequenos
vilarejos, ou entre os pescadores de águas gélidas, a magia era
algo natural e necessário para a sobrevivência naqueles tempos onde
os dias e noites mudavam de duração a cada mês e o frio e calor se
alternavam sem seguir qualquer rotina. Os escritos mais antigos de
que se tem registro são de um vilarejo deven
e neles está dito que mesmo o ar que se respirava parecia conter a
energia que circulava por todas as partes do mundo.
Os
deuses criadores de Etern reinavam sobre seus mortais como pais
bondosos e pacientes. Ensinavam aos humanos sobre a educação e a
importância da escrita. Mandavam-lhes animais para que se
alimentassem quando a fome era grande e não deixavam as tempestades
destruírem as suas casas simplórias.
Os
paraxos foram o povo que mais cresceu culturalmente no início dos
tempos. Logo suas pequenas vilas formaram as primeiras cidades e eles
conheceram os caminhos dos mares. A magia amarela, nativa destes
povos, os ajudava a enriquecer o intelecto, uma vez que através de
suas invocações vários seres ancestrais surgiam para
aconselhá-los.
.
Os
povos bárbaros
Dentre
os povos bárbaros extintos nos primórdios de Etern dois se
destacaram por sua grande importância para a configuração de
sociedades poderosas das eras seguintes.
O
primeiro foi uma tribo de guerreiros selvagens que habitaram o
estreito entre o que se tornou o território da Nação
Orgulhosa Aika e o
Deserto da Desolação. Eram pessoas de aspecto selvagem,
corpulentas, de cabelos azulados e pele amarelada. Histórias sobre
hábitos canibais desta tribo persistiram pelo tempo, mas a verdade
nunca foi esclarecida. Eram adoradores das guerras e amantes do
poder, tornando-se naqueles tempos os mandantes de toda aquela
região, subjugando o outro povo que vivia ali, também ancestral dos
modernos aikas.
Foram dizimados durante a expansão dos daasts,
durante a ascensão de Beidbed, tendo seus únicos rastros nos
descendentes que tiveram junto com o povo que veio a se tornar o
aika.
O
segundo povo bárbaro habitou na fronteira entre os continentes Simes
e Rokor. De cabelos ruivos e dotados de uma grande inteligência
constituíram um reinado que mesclou povos de ambos os continentes
naquela região. Eram pacifistas e amantes da cultura. Foram
dizimados pelos daasts,
porém o sangue desta linhagem, junto aos simes
e devens
primitivos formou o que veio a ser o povo deven
moderno.
Houve
também um terceiro povo bárbaro de importância, os Daast.
A diferença deles para os outros é que, ainda que muitos tenham
acreditado por séculos na sua extinção eles nunca desapareceram.
Um povo com valores amorais, com sede de poder e sangue que ameaçou
a vida das outras nações no início dos tempos, tendo Beidbed, seu
Deus Guardião como aliado direto em suas vitórias. Com a primeira
queda de Beidbed e a ascenção do Clã Sagrado, os daast
foram perseguidos e quase extintos. Sobreviveram muito poucos, que
escolheram as paisagens degradadas de uma parte específica do
continente Simes para esconder-se e esperar pelo retorno do seu
protetor, Beidbed.
(N.T.:
Esta seção mostra como a visão de povos do Período Antigo era
limitada. Existe alguma descrição do povo que sabemos ser o narin,
mas os oboji, por exemplo, sequer são citados, assim como os ayuma e
os lafos. É de se pensar que, a ausência de tais culturas de
tamanha importância durante este e todos os outros relatos
encontrados durante as escavações seja fruto de uma possível
supressão real de tais povos que, apenas após a libertação das
crenças do Período Antigo, puderam prosperar e integrar o mundo
plural de povos e ideologias que temos atualmente.)
.
As
outras nações primitivas de Etern
Dos
outros povos de Etern vale destacar o desenvolvimento inicial dos
simes
e dos paraxos.
Os simes cresceram através de pequenas vilas que logo se tornaram
províncias autônomas. O início dos paraxos foi bem semelhante ao
dos simes, porém muito mais acelerado, destacando-se o aspecto
cultural, no qual o Deus Guardião deles, Parax,
os guiava com cuidados maiores.
Como
o continente Nayo, habitat dos paraxos, é um arquipélago com duas
grandes ilhas e outras dezenas menores, logo este povo se voltou para
o mar. Criaram uma frota naval não-bélica para atravessar os
oceanos, assim estabelecendo missões de exploração para outras
partes do mundo. Essas missões se espalharam com os mais diversos
objetivos, dependendo da região de origem.
.
A
ascenção de Beidbed
Dentre
os cinco deuses criadores de Etern sempre existiram inimizades.
Conflitos ancestrais que nenhum mortal jamais soube entender a
origem, pois as raízes desses ódios vinham de antes do próprio
tempo de Etern começar.
Acontece
que Beidbed,
deus-guardião dos daasts e Senhor
das Sombras de Etern,
tinha completa aversão aos outros quatro imortais. Seu desejo de
destruição era tamanho que mesmo no início dos tempos ele
controlava-se para não quebrar todas as regras e acabar com a
existência de seus rivais. Desde o primeiro dia ele tramou seu plano
para subjugar não somente os deuses, como também seus frágeis
povos protegidos, inocente e mortais sobre as planícies de Etern.
.
O
avanço dos daasts sobre os outros povos
Com
o apoio de Beidbed, os daasts se espalharam pelo mundo com a missão
de destruir e conquistar todos os territórios que encontrassem pela
frente. Neste período povos inteiros foram dizimados e as primeiras
províncias simes foram desmanteladas. Os conhecimentos mágicos dos
daasts eram todos voltados para assassinatos e maldições, fazendo
deles guerreiros incomparáveis com quaisquer outros até então.
Chegou
ao ponto em que o próprio Beidbed caminhou à frente de suas tropas
mortais, na vez em que destruíram por completo a cidade mais
desenvolvida daqueles tempos. Foi então que os outros deuses
decidiram intervir contra as atitudes do Senhor das Sombras de Etern,
iniciando o que ficou conhecido como Batalha
dos Deuses.
.
Batalha
dos Deuses
Wolferh
versus Beidbed
O
primeiro Deus-Guardião a reagir às agressões de Beidbed contra os
mortais foi Wolferh. Dentre os criadores de Etern, Wolferh era o mais
feroz e violento. Ele decidiu lutar contra Beidbed diretamente para
deter seus avanços, mesmo com a oposição dos outros três deuses.
Sem dar ouvidos aos alertas de nenhum deles, Wolferh partiu para o
solo mortal de Etern e desafiou Beidbed.
Em
todas as partes do mundo os mortais sentiram o horror do combate
entre dois Deuses-Guardiães. E o temor pelo fim dos tempos ainda tão
curtos de Etern passou pelo coração de cada um, pois o poder e
destruição daquela luta era incomparável a qualquer coisa que
conhecessem.
Porém
Beidbed tinha a seu favor a falta de limites e moral e assim decaptou
a cabeça de Wolferh em um golpe perfeito, fazendo o sangue deste
jorrar pelas terras mortais. E foram nas terras onde o sangue cheio
de rancor de Wolferh jorrou que se formou os pântanos e vales onde o
povo daasts posteriormente passou a habitar. Uma terra escura e podre
que jamais voltou a ser uma floresta.
.
Simes
versus Beidbed
Com
a destruição de Wolferh, os outros três deuses-guardiães viram-se
em uma crise. Simes, que era o mais próximo a Wolferh decidiu que
iria vingá-lo e clamou pelo apoio de Ran e Parax, porém ambos
negaram seu pedido. Ran declarou que em toda a sua existência só
iria erguer sua espada uma única vez, mas aquela não era ainda a
hora certa. Parax, já convencido de que aquela batalha contra
Beidbed iria devastar Etern por completo, decidiu tomar suas próprias
atitudes em prol dos mortais que dera vida e abençoara.
Simes
então partiu para a batalha sozinho, ainda que temeroso. Beidbed
havia se tornado ainda mais poderoso com a morte de Wolferh, pois ele
absorvera para si toda a energia transcendental da arma do deus
deposto.
A
batalha de Simes e Beidbed foi ainda mais terrível do que a
anterior, pois Simes era o mais habilidoso dos imortais e defendia-se
bem das investidas do inimigo. O Senhor das Sombras ficou ferido
nesta batalha, porém ao final saiu vitorioso, destruindo assim o
segundo de seus rancores. Porém foi impossível para ele tocar na
espada deixada pelo derrotado e o desgaste que sofreu o fez abandonar
os campos de batalha por algum tempo, deixando os daasts continuar a
conquista de Etern por si mesmos.
.
A
Parede do Fim
Parax
decidiu que o seu povo, os paraxos, não iriam sofrer pelos erros dos
outros deuses-guardiães de Etern e então ergueu uma barreira no
meio do oceano para separar o continente Nayo do resto do mundo. E
assim durante mais de um milênio seu povo ficou quase isolado. Este
fato foi o que possibilitou o desenvolvimento das duas nações que
ali se formaram: Lifay e Nofay.
Porém,
como dito antes, os paraxos enviaram muitas missões marítimas para
desbravar os outros continentes e, com o surgimento da Parede do Fim,
muitos desses exploradores acabaram ficando do lado de fora da
proteção. Estas missões se uniram e formaram uma tribo nômade.
Estes ficaram conhecidos como Os
Esquecidos de Parax e
o amor por suas terras natais foi destruído por estes
acontecimentos.
Os
Esquecidos de Parax decidiram combater os daasts por si próprios,
como uma maneira de honrar o que achavam que o próprio Parax deveria
ter feito. Obtiveram muitas vitórias e por todos os lados os povos
oprimidos ouviram falar dos feitos daqueles guerreiros.
.
A
Espada Spirit e Ien Etern
E
aconteceu que em determinado momento a tribo nômade chegou até a
grande planície onde ocorrera o embate entre Beidbed e o Deus Simes.
Diferente do que acontecera no caso de Wolferh, a natureza fora
preservada após o confronto e aquelas terras eram férteis e de
clima agradável. A única marca da batalha era o da Espada
Spirit, arma sagrada
do deus destruído, que estava cravada no solo, como que deixada para
um sucessor.
Nenhum
dos mortais conseguia tocar na espada, porém Ien, o líder dos
Esquecidos naqueles tempos ao aproximar-se da lâmina imortal pode
sentir que seu coração era chamado para aquele objeto e assim ele
estendeu a mão para segurar a espada.
A
Espada aceitou Ien, que a retirou do solo. E naquele instante, tão
rápido quanto um segundo, todo o conhecimento secreto e proibido
para os mortais entrou na alma de Ien e o fez entender que existia
uma fonte de energia quase inesgotável dentro da alma de cada
pessoa. E isso fez de Ien o guerreiro mortal mais poderoso sobre
Etern naqueles tempos e em quase todos os posteriores.
Naquele
momento o paraxo declarou-se perante seus companheiros como Ien
Etern, o primeiro rei de todas as terras de Etern e fundador do Clã
Sagrado, que seria a sua própria linhagem daquele momento em diante.
Mesmo
entre seus amigos, muitos duvidaram das palavras de Ien, porém ele
mostrou que suas palavras eram verdadeiras quando o grupo partiu
novamente para combater os daasts.
.
O
clã sagrado contra os daasts
O
poder de Ien Etern era enorme e nos campos de batalha isso
transpareceu. Todos os que o assistiam batalhar ficaram assombrados e
acreditaram por fim que aquele homem era abençoado pelo poder
divino. E ainda que o domínio dos daasts fosse grande, neste
período, muitos de seus territórios foram retomados pelas mãos de
Ien Etern.
Ien
espalhava por onde passava a mensagem da existência do Clã Sagrado,
os verdadeiros governantes de toda Etern, abençoados pelos deuses. E
mesmo naqueles tempos de medo, muitas pessoas acreditaram em suas
palavras graças aos feitos que realizava.
.
O
início da ordem dos magos marciais
Porém
Ien Etern pensava em mais do que ter o poder de um rei. Ele desejava
ter os mais poderosos guerreiros sempre ao lado de seus descendentes
e assim instituiu uma ordem de guerreiros: a Ordem dos Magos
Marciais. Ele começou ensinando a seus companheiros mais virtuosos
os segredos da energia mágica que havia dentro da alma de cada ser
humano e que poderia ser usado para o combate. E assim formou-se uma
pequena e quase indestrutível tropa de guerreiros que fez os feitos
do Clã Sagrado se tornarem ainda mais conhecidos por todo o mundo.
(N.T.:
Esta seção mostra um elemento que persiste até os tempos atuais –
os magos marciais.)
.
Ran
versus Beidbed, sua vitória e a fuga desesperada de Beidbed
Mas
a Batalha dos Deuses ainda não havia terminado, pois com a morte de
Simes, o pacífico guardião Ran, criador das terras dos Golomites e
Yadommns percebeu que enfim chegara a sua hora de batalhar.
Beidbed
menosprezou o alerta de Ran, que disse-lhe para desistir de seus
planos de destruição das criações dos outros guardiões e por
isto este ergueu-se por fim para o confronto definitivo.
Acontece
que o Senhor das
Sombras não previu
que o Mestre da
Natureza fosse tão
poderoso quanto de fato se mostrou em combate. Mesmo utilizando-se
das técnicas mais violentas, Beidbed não conseguiu em momento
nenhum ameaçar Ran. Este por sua vez feriu e marcou Beidbed de uma
maneira tão profunda que suas chagas levariam séculos para
cicatrizar e assim o baniu de Etern para as profundezas dos vales
esquecidos do mundo dos imortais, chamado O Elevado.
E
todos os mortais souberam do milagre realizado por Ran e quiseram o
adorar, porém este decidiu que desapareceria de uma vez por todas de
Etern e assim o fez.
E
foi graças a esses acontecimentos da “Batalha dos Deuses” que os
mortais entenderam que não poderiam esperar pelas bênçãos
divinas. Graças a isto os credos de todos os povos de Etern sempre
foram de menor importância social do que seriam em culturas em
desenvolvimento, pois mesmo que em alguns séculos não houvessem
mais pessoas que recordassem do poder tremendo dos deuses, todos
sabiam que estes não se importavam com os mortais, querendo apenas
resolver suas próprias questões.
.
Os
daasts são subjugados e massacrados
Com
o afastamento de Beidbed não houve nada que impedisse o Clã Sagrado
de destruir o império dos daasts. Foram décadas de perseguição a
este povo, e o objetivo dos herdeiros de Ien Etern era apenas um:
exterminar por completo aquele povo amaldiçoado.
Os
daasts foram reduzidos a centenas e só sobreviveram por escolher os
vales perigosos de Simes para construir pequenas cidades entre as
rochas.
Depois
disso não mais se ouviu falar nos daasts e por séculos eles foram
dados como extintos, restando apenas as lendas sobre o reino de
sombras que haviam construído nos primórdios de Etern.
E
estes acontecimentos marcam o fim da era mais primitiva de Etern.
.
A
fundação de Doradem
Com
o fim da caçada aos daasts, o Clã Sagrado retornou às planícies
onde Ien Etern encontrara a Espada Sime e ali decidiram erguer a sua
morada. Uma cidade planejada para se tornar a capital mundial e o lar
do Clã Sagrado. E chamaram aquela cidade dos sonhos de Doradem.
Levaram-se
muitas gerações para que o acampamento dos que foram a tribo dos
Esquecidos se tornasse uma cidade-fortaleza, mas de fato isto
aconteceu antes do oitavo descendente de Ien Etern morrer.
(N.T.:
É de conhecimento comum que a Doradem atual é a terceira cidade com
este nome. É um verdadeiro achado histórico ver que a cidade
primeira é vinda de um tempo tão antigo que é possível mesmo
dissociar sua fundação de elementos de mitologia e fantasia de
tempos tão remotos.)
.
A
conquista da posição do Clã Sagrado
Depois
da era de sombras que fora a época da batalha dos guardiões de
Etern, os povos voltaram a desenvolver suas sociedades e culturas. Os
aikas
foram os primeiros a se declarar como uma verdadeira nação
unificada e habitaram as terras geladas ao norte do continente Rokor.
Também foram os que primeiro desenvolver uma economia mais complexa
dentro do próprio território.
Diversas
nações menores foram se formando em Simes, a maioria se tratando da
união de vilas de agricultores em torno de uma pequena cidade onde
se realizava o comércio entre esses vilarejos. A presença dos magos
brancos na administração dessas pequenas nações era grande, visto
que esses magos eram vistos como pessoas justas e de grande
sabedoria.
Os
devens
tornaram-se especialistas em navegação, estabelecendo a maior nação
em território daqueles tempos. Isto porque suas cidades se
espalhavam pelas costas de Rokor e as comunicações se davam pelos
mares.
Os
halz
eram o povo mais fechado, mas já eram um império próprio desde as
épocas antigas.
Nestes
tempos o Clã Sagrado fazia grandes esforços para ser reconhecido
como o poder central de Etern. Fizeram aliança com as lideranças
devens e com algumas das províncias simes, porém a relação com os
aikas era mais difícil. Foi somente com batalhas que a o Clã
conseguiu um documento da realeza aika reconhecendo a posição da
família Etern, o que na prática não mudou muito as relações de
poder, diferente do que aconteceu com as relações comerciais.
Doradem tornou-se um território muito rico naqueles dias.
(N.T.:
Foi tentar reavivar tais valores de centralização e hierarquia aos
moldes das lendas do Clã Sagrado que levou à guerra que destruiu a
segunda Doradem e criou uma crise econômica e humanitária em escala
mundial.)
.
Riul
Simes e a fundação do país Simes, pela união das províncias
Com
o desenvolvimento das províncias independentes que ocupavam a parte
central e sul do continente Simes, o início de um movimento de
unificação ocorreu de modo natural. Porém questões logísticas,
causadas pela enorme distância existente entre a maioria das cidades
mais desenvolvidas pareciam tornar aquele anseio impossível de ser
concretizado. Foi o guerreiro e pensador Riul
Simes quem conseguiu
realizar tal façanha. Ele escreveu de próprio punho os documentos e
livros que serviriam de base para o funcionamento governamental de
uma nação com território tão imenso, regras estas que além de
possibilitar a criação do Estado, não retirava os poderes de cada
uma das cidades desenvolvidas das províncias. Porém, devido à
resistência de algumas das províncias mais distantes da capital
estabelecida, foi apenas com o advento de um conflito com os aikas
que o novo regime foi totalmente aceito. Assim surgiram os Estados
Unificados Simes, uma
nação que prosperou rápido, assim como a magia branca.
.
Mago
Wuith
Durante
os séculos seguintes a Magia Branca, arte mágica dos Simes,
prosperou graças à construção do Siẽ Branco, produto da aliança
do governo com Doradem. Grandes mestres desenvolveram seus trabalhos
nesse lugar dedicado ao estudo e espiritualização. Neste período,
vários sábios alcançaram a própria imortalidade através do seu
conhecimento e paz. Porém, os mais conhecedores dos segredos do
Destino, começaram a prever um futuro nebuloso, onde toda a forma de
magia seria extinta. Graças a essas previsões terríveis que este
grupo de imortais decidiu abandonar Etern. Em questão de duas
décadas todos os mestres mais antigos em magia branca desapareceram,
levando consigo não apenas os segredos da imortalidade, como também
diversos outros conhecimentos místicos avançados, jamais
recuperados através dos estudos de seus discípulos. Foi apenas um
daquele grupo de imortais, que permaneceu, em uma atitude de rebelião
incompreensível para os mortais.
Mago
Wuith era como o
conheciam. Fisicamente um senhor de idade avançada, corpo curvado e
magro. O mago permaneceu em Etern com a esperança de que seus
conhecimentos e intervenções pudessem, no futuro fatídico, impedir
a total perda de fé dos povos de Etern. Wuith se afastou dos outros
magos que conhecia e viu de longe o início da decadência acentuada
da magia branca.
.
As
guerras entre devens, halz e aikas
Durante
os séculos seguintes a História foi pontuada por uma série de
conflitos entre as diversas nações, todos em paralelo ao próprio
desenvolvimento dos povos, que ocorria de maneira dificultosa.
Algumas dessas guerras chegaram a se estender por mais de dois
séculos. A mais notória foi entre os povos Deven, Aika e Halz.
Pontua-se que para os Aikas houveram pouquíssimos períodos em que a
nação não estivesse oficialmente em batalha contra alguma outra. A
natureza predatória dos aikas os fazia ansiar por estes embates.
.
Éluri
Riulis e os três irmãos Etern
Passou
mais de um milênio desde a expurgação do Deus-demônio Beidbed de
Etern quando Éluri Riulis foi encontrada pelo misterioso Mago Wuith.
Ela era a filha caçula de uma família de comerciantes da província
Leste do Estado Simes. Uma jovem com estudo básico, mas sem qualquer
perspectiva de ter um destino diferente do que tiveram suas
antepassadas. Porém o mago andarilho percebeu naquela jovem um
potencial enorme para a magia branca, algo que era muito raro já
nesta época, então pediu a seus pais para que permitissem que ela
fosse educada no Siẽ Branco, em Doradem, o que eles aceitaram de
imediato.
Ao
mudar-se para Doradem, Éluri acabou conhecendo os três irmãos
descendentes diretos da coroa do Clã Sagrado. Willian Etern VII,
Charle Jones Etern e Thomas Etern. Ela acabou se tornando uma das
poucas amizades dos irmãos fora dos muros do castelo da Família
Real. Essa proximidade desde cedo foi o que levou Éluri Riulis a se
casar posteriormente com William, ascendendo assim ao mais alto
patamar da realeza de Etern.
Sobre
Charle Jones é importante destacar o caminho tortuoso que ele
escolheu para sua vida, após o fim dos estudos no Siẽ Aika. Por
ter muita inveja do irmão mais velho, William, que herdaria o trono
de governante de Doradem e de todas as terras de Etern, Charle acabou
por afastar-se da família, indo viver entre os aikas, inclusive
casando-se com uma jovem pela qual se apaixonara na época dos
estudos do S.A.M.A.
Ele viveu durante alguns anos em paz nessa sua nova vida, porém o
sentimento amargo da inveja não o abandonou. Foi quando um mago
obscuro, conhecido como Chiwan,
se aproximou o príncipe, seduzindo-o com a promessa de grandes
poderes, com os quais poderia se vingar de seu irmão. Assim, Charle
Jones abandonou sua nova família, antes mesmos do nascimento de sua
primeira filha, para buscar sua “vingança” contra William.
Assim, ele se tornou o demônio conhecido como Dragonwar.
.
O
início do legado da Família Magno
Os
Magno não passavam de uma pequena família da classe burguesa da
capital da província sul do Estado Simes. Pessoas com uma vida
agradável, mas sem qualquer relevância para um âmbito social mais
amplo. Normalmente os homens dessa família se tornavam secretários
e assessores dos prefeitos locais. Isto até o nascimento de Mary
Magno.
O
Mago Wuith visitou a cidade onde vivia a família Magno em sua eterna
caminhada em busca das pessoas certas para mudar o destino cruel que
aguardava o futuro de Etern. Ele conheceu Mary Magno ao ser
recepcionado pelo círculo burguês do lugar. Uma menina sem
aparentar fisicamente nada de anormal, mas que os sentidos apurados
do mago, mostrou um talento para a chamada magia marcial enorme, como
o mago não se recordara já ter percebido. Assim como no caso de
Éluri Riulis, o mago pediu permissão da família para que a garota
fosse educada de maneira adequada, a preparando para um futuro muito
maior do que lhe estaria reservado se permanecesse naquela cidade
pacata.
Mary
se tornou um dos mais poderosos Magos Marciais de todos os tempos, a
mais poderosa de sua geração. Ela e Éluri Riulis se tornaram
grandes amigas em suas juventudes.
(N.T.:
Tanto o Clã Riulis quanto o Clã Magno são famílias que tem ainda
certo protagonismo no cenário político de Doradem até os tempos de
hoje, apesar de em partes da história terem desaparecido dos
registros.)
.
Mary
Magno versus Beidbed
Ocorreu
que, neste período, depois de um milênio vivendo em trevas e
humilhação, o Deus-demônio Beidbed estava quase recuperado
totalmente dos danos sofridos pelas mãos do deus Ran. E o desejo de
vingança para com o grupo, agora desfeito, de deuses criadores de
Etern ainda não havia se extinguido. Muito pelo contrário. Beidbed
começou a planejar sua invasão e tomada de Etern. Se os próprios
criadores não iriam pagar, seus povos mortais o iriam. Seu desejo é
de que os daasts governassem.
Foi
quando Mary Magno cruzou o caminho do deus quase recuperado. Assim
como ocorria a todos os grandes guerreiros de Etern, Mary também se
tornou servidora direta dos interesses do Elevado, o mundo dos
imortais. Foi com um golpe de grande sorte que Mary acabou por
revelar as intenções de Beidbed e confrontá-lo diretamente.
Para
Beidbed uma batalha com uma mortal não parecia significar qualquer
ameaça, afinal um dos preceitos mais básicos da imortalidade é que
apenas outro imortal, ainda mais poderoso, poderia lhe derrotar.
Porém, o deus ignorou o fator misterioso inerente àqueles chamados
pelos Antigos de Infinits,
o que levou a batalha a um desfecho inesperado.
Beidbed
foi ferido por Mary Magno, que em um ataque de sacrifício de toda a
sua força mágica proveniente do fundo da sua alma humana, conseguiu
atingir de maneira quase fatal o demônio. Em troca desse ato, porém,
Mary teve sua estrutura mais profunda da alma aleijada de maneira
irreparável, a condenando a nunca mais ser capaz de utilizar suas
habilidades mágicas grandiosas.
Para
o deus-demônio aquela derrota foi uma surpresa tremenda, porém,
após passado o choque daquele acontecimento, ele percebeu que aquilo
apenas adiara em algumas décadas a sua vingança, o que o fez
aguardar com paciência pelo momento.
.
A
Batalha Sombria
Após
estes fatos, graças à intervenção de Éluri Etern, filha de Éluri
Riulis e Willian Etern, somada as providências tomadas pelo Mago
Wuith, foi formada uma trama secreta para combater o ataque que em
breve atingiria Etern. Essa trama tinha como figuras centrais os
irmãos gêmeos Fredan e Shin, filhos de Mary Magno, mas afetaria
todas as escalas de sociedade ao redor do mundo. A trama manteve
oculta até o retorno real de Beidbed à Etern, o início da que
ficou conhecida como Guerra
Sombria ou Batalha
Sombria.
Neste
confronto o povo daast revelou sua existência novamente ao mundo e
iniciou o ciclo de ataques e batalhas contra os outros povos. Mesmos
as forças de Doradem não eram o bastante para deter os ataques que
ocorriam por todos os lados. Os daasts tinham como aliados os
demônios invocados pelo próprio Beidbed, além de criaturas
sombrias das profundezas do mundo, como os vormus. Graças a essas
forças os conflitos muitas vezes eram vencidos pelo lado sombrio.
Os
povos de Parax também se revelaram ao resto de Etern, nesta ocasião,
oferecendo apoio e batalhando ao lado de Doradem contra os inimigos.
Houve alguma confusão entre os povos aliados devido a essa ajuda, o
que levou a várias derrotas desnecessárias para os povos aika e
simes durante a guerra.
Os
caminhos da batalha foram tortuosos, mas ao final o plano de Éluri
Etern foi bem-sucedido e assim Beidbed foi derrotado. A derrota do
último dos deuses de Etern foi o marco do final da primeira era
histórica de Etern, a Era dos Deuses.
(N.T.:
Apesar de ser um evento de tal magnitude que marcou a divisão das
eras históricas, há pouco sobre a Batalha Sombria nos relatos
encontrados.)
Assinar:
Comentários (Atom)
