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Maio de 2021

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Uma introdução sobre Doradem, a cidade das cidades

Doradem é maior e mais cosmopolita cidade de Therimah. Mais do que isso, é o centro de toda a historiografia mundial de Therimah que, desde os tempos mais remotos, utiliza como ano base de seu calendário a fundação da cidade como Ano Um. 

Na Era Antiga a fundação de Doradem foi considerada o marco inicial do domínio do Clã Etern, uma família que teve poder e autoridade superior às grandes nações daquele tempo por mais de um milênio. Com o fim do Clã a cidade também entrou em declínio e, apenas 1300 anos depois vem a ser fundada Nova Doradem, que é nosso assunto principal no artigo de hoje.



Tendo surgido como uma cidade de pescadores e comerciantes, a pequena cidade de Argat foi o berço de nascimento da Ordem Infinits, um grupo de famílias vindas de diversos países e com distintas etnias que, buscando resgatar a harmonia mágica de Therimah, escolheu aquela cidade, supostamente o mesmo local onde teria existido, milênios antes, a lendária cidade-fortaleza do Clã Etern, para habitar. A aliança entre famílias ricas trouxe um desenvolvimento veloz para Argat e, em pouco tempo, um dos membros da Ordem se tornou também o governante local, decretando a mudança do nome da cidade para Nova Doradem.

A Ordem Infinits foi, desde sua fundação, uma mistura entre espiritualidade, política e influência econômica. Tendo sua organização interna fundida a administração da cidade, fez esta crescer e se tornar o berço do pensamento integrado entre povos de Therimah. Esse modelo trouxe muito dinheiro e desenvolvimento humano e das diversas Ciências (mágicas e não-mágicas) na cidade (posteriormente se estendendo ao estado, que também foi rebatizado para Estado de Doradem), mas suas falhas e contradições internas foram se tornando um peso cada vez maior, até o ponto da ruptura completa do status quo da Ordem e da cidade.

A grande contradição da Ordem está na aplicação da integração entre os povos. Em Therimah existem pelo menos 10 troncos civilizatórios que se disseminam nos povos das dezenas e mais dezenas de nações que existem, porém, na formação da Ordem Infinits e por todo o seu decorrer, apenas famílias vindas de 4 povos distintos estiveram no seu núcleo. E, ainda que, num esforço de demonstrar abertura aos outros povos a Ordem tenha fundado a Câmara Deliberativa Internacional, com bancadas e representantes de todos os povos em diferentes números (o que gerou outra problemática de representatividade, por sinal), o fato do Presidente da Câmara Deliberativa ser o Líder atual da Ordem termina por pender todas as decisões coletivas para o favor das famílias relacionadas ao Clã. 

Graças a essa contradição a tensão política entre nações que não se sentiam plenamente representadas apenas foi crescendo, ainda que com muitas medidas de controle por parte da Ordem, terminando por ser um dos fatores da ruptura que, em 735 ND levou à Guerra da Ruptura Total.

Apesar de todos os problemas políticos que marcaram Doradem desde seu início, fato é que esta grande metrópole foi berço, ou pelo menos grande receptora e difusora, de grande movimentos artísticos, filosóficos e científicos. Cada distrito que compõe a cidade é dotado de riqueza cultural e humana enormes ao conseguir, longe do controle das manobras políticas, integrar pessoas de todas as origens e culturas de maneira harmoniosa em boa medida. 

Claro que este pensamento não é fruto apenas de Doradem, mas em grande medida foi inspirado pela segunda maior cidade de Therimah, Alabast, capital de nação do mesmo nome, de maioria populacional Devenn. Porém, a mistura e explosão cultural de Doradem é certamente única em todo o mundo.

Nesses quesitos, Doradem se tornou um modelo a ser copiado, admirado ou veementemente execrado pelas capitais nacionais dos outros países de Therimah, ao redor do mundo inteiro. 

domingo, 19 de janeiro de 2020

[História] Mito da criação de Etern e Eras Histórias estimadas


(Nota da tradutora do rúnico arcaico: Os documentos apresentados a seguir e nas próximas seções são relatos recuperados através de expedições arqueológicas ocorridas ao longo desta década, a constar do ano 230RD à 240RD (Refundação de Doradem). São escritos provavelmente datados do final do período arcaico onde Therimah era denominada pelo nome Etern, aparentemente uma época onde a busca por resgatar dados de períodos ainda anteriores estava em voga, devido ao detalhamento ímpar de tais relatos.
Também gostaria de acrescentar uma nota histórica desta tradução sobre a estranheza e divergência imensa entre Mundo Antigo e a Therimah contemporânea. Sem grande alarde, irei apontar algumas das incongruências de tais textos através de notas.)
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O mito da criação de Etern
Das brumas dos Tempos Primordiais, anteriores ao próprio Tempo, os cinco criadores de Etern tiveram seu nascimento e ascensão.
Foi da aliança e guerra entre os cinco sagrados que se criou o décimo segundo e último dos mundos do Reino dos Sonhos: Etern.
Sime, líder e centralizador de todo o equilíbrio de Etern, foi quem determinou a ordem e criação dos povos humanos variados.
Wolferh, deus guerreiro e implacável, foi o responsável pelo caos inerente às sociedades humanas e entre os próprios deuses.
Parax, deus provido de grande intelectualidade, foi quem fomentou a base de todo o raciocínio humano.
Ran, deus de infinita sabedoria e compaixão foi o único que não se envolveu na criação da humanidade, dedicando-se à criação da flora e fauna de Etern.
E por fim, Beidbed, deus obscuro, carregado do ódio mais profundo, criou todos os males e pragas que corroem os cantos do mundo.
Foram das suas intermináveis batalhas que deram origem aos céus e terras de Etern.
N.T.: Tal visão mitológica e deiísta não é mais a regra nas sociedades modernas de Therimah. Esta mitologia em particular tem maior semelhança às crenças dos Infinitares, crentes provenientes em grande parte dos países de origem deven. Porém é de se ter nota de curiosidade pelo fato de alguns dos nomes usados em escrituras tão antigas terem chegados em nossos tempos através de nomes de clãs e castas.
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Eras de Etern


A História de Etern pode ser dividida em três grandes fases, cada uma contendo diversos períodos de acontecimentos relacionados. Elas são a "Era dos Deuses", "Era dos Heróis" e "Era Moderna". Existe ainda a chamada "Era Neo-Magica", mais recente e ainda nebulosa.

N.T.: Essa tal Era Neo-Magica pode ser entendida exatamente com os tempos em que vivemos, onde a magia realmente retomou seu lugar devido, mas, já sem a prisão das crenças em criaturas divinas imaginárias, as sociedades puderam se desenvolver e diversificar em liberdade.

A Era dos Deuses
Esta se estende desde a criação de Etern a partir dos cinco deuses (Simes, Wolferh, Ran, Parax e Beidbed) até o momento em que a fúria do deus Beidbed foi detida pelos esforços da Ordem Ômega. Sua duração aproximada é de 10 mil anos.

A Era dos Heróis
Considerada a Era mais próspera do mundo de Etern. Iniciada com a real unificação dos povos em torno do Senado Universal e do Clã Sagrado. Neste período temos grandes guerras e períodos de paz se alternando, com um grande crescimento populacional e uma lenta e gradativa melhoria da tecnologia (baseada em vapor e mecânica pura) para suprir a necessidade que somente a magia não poderia. Apesar de toda a prosperidade a crise da extinção da magia cresce até tornar-se absoluta.
Esta era tem final com queda do Clã Sagrado e a extinção de toda a energia mágica na atmosfera de Etern.

A Era Moderna
Com a extinção da magia Etern entrou em uma nova fase, onde distanciou-se por completo dos outros mundos que compõe o Reino dos Sonhos, caindo assim em um período marcado pelo avanço tecnológico e a ignorância sobre qualquer aspecto mágico.
Essa Era tem como marco de encerramento a Crise Final da Existência, momento crucial para todos os seres em todos as dimensões, lutando contra a anti-Existência. A vida após este período ainda é recente e nebulosa do ponto de vista histórico, mas seguindo as lendas que foram deixadas desde o final da Era dos Deuses, este período seguinte foi denominado de "Era Neo-Magica".
N.T.: Diversos termos apresentados têm significado também nebuloso para mim, pois não tenho parâmetros para compreender o que o texto quer dizer com ‘dimensões’, ‘Reino dos Sonhos’ ou ‘anti-Existência’.
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[História] Cronologia Etern-Therimah com comentários - parte 2


(Nota da tradutora do rúnico arcaico: Os documentos apresentados a seguir e nas próximas seções são relatos recuperados através de expedições arqueológicas ocorridas ao longo desta década, a constar do ano 230RD à 240RD (Refundação de Doradem). São escritos provavelmente datados do final do período arcaico onde Therimah era denominada pelo nome Etern, aparentemente uma época onde a busca por resgatar dados de períodos ainda anteriores estava em voga, devido ao detalhamento ímpar de tais relatos.
Também gostaria de acrescentar uma nota histórica desta tradução sobre a estranheza e divergência imensa entre Mundo Antigo e a Therimah contemporânea. Sem grande alarde, irei apontar algumas das incongruências de tais textos através de notas.)

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Cronologia de Etern detalhada

Era dos Hérois
O Senado Universal
Após a batalha contra Beidbed houve um período de transição, onde todos os povos de Etern tiveram que se adaptar às novas condições que se apresentavam. Os povos de Nayo passaram a compor os círculos políticos, sendo integrados desde o início real do Senado Universal.
Os daasts, diferente do que ocorrera nos períodos antigos, não foram dados como extintos. Os daasts restantes da guerra retornaram para o vale onde residiam e tiveram que aprender por si mesmos os que fariam agora que o único guia do seu povo, o demônio Beidbed, não existia mais.
Ainda neste período pós-guerra o grande plano do Clã Sagrado enfim foi concluído: o Senado Universal. Uma corte de políticos representando todas nações de Etern que teriam o senado como veículo facilitador de todas as discussões, além de um canal direto com a realeza de Doradem, que teria o papel de controle final sobre as decisões tomadas pelo conjunto dos senadores. Foi o início dessa política sofisticada de global que foi o marco do início verdadeiro da era seguinte ao período de batalhas dos deuses. Essa era recebeu o nome de Era dos Heróis.
O primeiro reinado do Clã Sagrado na Era dos Heróis foi o de Éluri Etern. Durante seu governo, também impulsionado pelo desenvolvimento do Senado, Doradem atingiu o que foi considerado seu apogeu. A grande metrópole era centro de toda a atividade comercial, política e cultural de Etern. O corpo dos Magos Marciais, exército do Clã Sagrado, se recuperou nas décadas seguintes à Guerra Sombria, o que também possibilitou como nunca antes que Doradem intervisse diretamente sobre todas as questões militares necessárias, com missões dos marciais.
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O Estado Daast
Ainda durante o governo de Éluri Etern uma decisão da rainha causou enorme polêmica à sociedade e desentendimentos dentro do Senado Universal. Isso foi devido ao encontro inédito entre o líder do povo Daasts daquele tempo com a rainha, dentro do próprio plenário do Senado. Esse encontro resultou no reconhecimento do povo daast como um povo legítimo habitando Etern. Mesmo que em termos práticos isso não alterasse nada, a revolta contra essa decisão da rainha foi enorme, causando uma tensão política e social enorme dentro de Doradem durante algumas estações.
Porém, no reinado seguinte, de Edward Reeves Etern, a princesa Melany Reeves Etern foi responsável por uma decisão ainda mais controversa: estabelecer oficialmente o território e a constituição do estado daast. Essa ação da princesa foi reflexo da guerra entre o povo sombrio e os simes pelas posses de uma parte do território da província central do estado Simes. A batalha já se estendia por décadas e o povo sime já não possuía mais recursos nem para manter o conflito nem para sustentar sua população, mas mesmo assim não se rendia à tomada do território, numa atitude muito mais de orgulho do que de preocupação com o povo.
A decisão de Melany Etern não foi aceita nem mesmo pelo próprio rei Edward, porém este não era capaz de negar os argumentos e estudos realizados pela irmã para chegar àquela solução. Esse impasse gerou a necessidade de uma convocação de um enviado do Elevado, o mundo dos imortais, para resolver aquela questão. E o enviado deu seu voto pela decisão de Melany Etern.
Porém, ainda que ficasse claro que o estabelecimento do Estado Daast fora a melhor decisão para a resolução do conflito, a batalha dos simes não cessou com a decisão. Isso se deu apenas quando a própria Melany partiu com um grupo de magos marciais para o foco do conflito com o objetivo de estabilizar a área. O trabalho da princesa neste conflito lhe rendeu fama no Elevado, que posteriormente chegou a convocá-la para intervir em outros conflitos em mundos vizinhos à Etern.
Ainda em seu governo, Edward Reeves Etern criou o cargo de Alto Ministro do Senado, com o intuito de descentralizar o peso das decisões finais do Senado. Anteriormente nenhuma decisão seria oficializada antes da análise e concessão da coroa. O estabelecimento deste cargo resultou em uma maior autonomia do Senado, sem tirar os poderes absolutos da coroa do Clã Sagrado. O objetivo de Edward era o de prevenir que um governo futuro fosse capaz de estabelecer um nível de totalidade no poder que fosse capaz de paralisar as ações do Senado, o que seria um retrocesso na sua visão. O primeiro Alto Ministro nomeado não foi ninguém menos do que Melany Reeves Etern.
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Sarah Etern e Willian Etern VIII
A geração seguinte do Clã Sagrado foi constituída pelos dois filhos do Rei Edward: Sarah e Willian VIII. Esta geração é considerada o início da decadência do Clã Sagrado enquanto governantes de Doradem e Etern. Sarah Reeves Etern, herdeira da coroa era uma pessoa de caráter fraco e covarde. O príncipe Willian Etern VIII era invejoso e gostava de chantagear seus desafetos utilizando-se de sua posição.
Foi nesta geração em que a desejada união entre o Clã Sagrado e a Família Magno finalmente aconteceu, porém ao invés de ser uma ocasião de alegria e esperança, nos mais diversos círculos sociais existia a certeza de que o reinado de Sarah Etern e James Magno não traria prosperidade à Etern. De fato, o governo de Sarah Etern foi bastante medíocre visto que a mesma era uma pessoa completamente alheia a toda a política.
O cargo de Alto Ministro do Senado, continuou sendo de Melany Etern ainda durante os primeiros anos do reinado de Sarah e James. Willian esperava que fosse nomeado ao cargo, mas a escolha de Melany foi por Gabriel Witchmor, sobrinho de sua guarda-costas, Sofia Witchmor, um garoto que foi criado no mesmo meio que os jovens príncipes, tendo por tanto toda a educação necessária para o cargo.
Apesar dos esforços de alguns, um período de estagnação econômica e científica se instaurou durante este governo.
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Dan Magno Etern, o Imperador
Sarah Etern e James Magno tiveram três filhos: Dan, Helena e Julie. A caçula veio a falecer ainda na infância devido a uma doença.
Dan Magno Etern, herdeiro da coroa do Clã Sagrado, foi criado como o centro de todas as atenções. Desde os tempos da Batalha Sombria a sociedade ansiava em ver a união dos sangues da Família Real com os Magno. Dan era a concretização deste anseio. Muitos especularam que ele teria habilidades em magia marcial incomparáveis, outros chegavam ao ponto de dizer que seria uma verdadeira divindade. Acontece que toda esta atenção não foi saudável para o desenvolvimento do príncipe.
Aos vinte anos, Dan assassinou James Magno Etern e assumiu a coroa mesmo sendo solteiro. Dan tentou paralisar as atividades do Senado, mas Gabriel Witchmor não permitiu isto, gerando uma verdadeira guerra contra os senadores e seus assessores.
Dan queria ser o único poder de Etern, portanto enviou ultimatos aos reis das diversas nações, para que se subjugassem somente a ele, retirando todo o poder do Senado Universal. A atitude do Rei era vista como um retrocesso absurdo pela maioria das pessoas estudadas. Os mais radicais, se tinham problemas com as gerações mais recentes da Família Real eram os únicos que apoiavam sinceramente o Monarca, pois viam aquela rebelião como a retomada do modo antigo e correto de poder. Depois dois anos de guerra civil dentro de Doradem e diversas das capitais dos povos, Gabriel Witchmor foi assassinado, causando a dissolução do Senado.
Foi Ukor Magno, primo de segundo grau de Dan e Helena, que tomou a decisão de enfrentar pessoalmente o Rei para tirá-lo do poder. Ele teve o apoio da princesa Helena e juntos eles iniciaram uma operação sigilosa, envolvendo diversos políticos e mesmo uma boa parte das tropas dos Magos Marciais, para acabar com o reino de terror.
Helena, convocando sua parcela do exército do Clã Sagrado, declarou-se Alta Ministra e retomou as atividades do Senado. Entrementes, pelo menos metade das nações declararam sua repulsa ao governo de Dan, expulsando as tropas de Doradem de seus territórios.
O monarca, autodeclarado Imperador das Terras de Etern, era poderoso e pretendia acabar com o que restara do Senado com as próprias mãos. Só que Ukor apareceu em seu caminho. Os dois batalharam e Ukor saiu vencedor, terminando com a vida de Dan. Quem sucedeu o trono foi Helena Magno Etern ao lado de Ukor Magno Etern.
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O desaparecimento dos Golomites e Yadommns
Os reinados seguintes do Clã Sagrado não alcançaram mais a glória do início da Era dos Heróis. Batalhas entre clãs de guerreiros independentes foram se tornando parte da cultura de Etern. O desenvolvimento tecnológico daquela época declinava muito rápido, devido à uma crise silenciosa que se instaurara: a extinção da magia.
O processo era gradual, mas a cada centena de anos a impressão que ficava era quem as diversas culturas mágicas iam perdendo parte de seus conhecimentos mais profundos. Além disso, os magos cada vez se tornavam mais ordinários. Grandes mestres eram cada vez mais difíceis de se encontrar.
Como boa parte da tecnologia utilizada para o desenvolvimento das cidades e comunicações eram baseado na utilização da energia mágica presente nas almas, com esse declínio foi se tornando mais evidente a falta de matéria-prima para itens básicos da sociedade, como iluminações públicas ou os navios voadores.
Porém outro fator que marcou de maneira profunda esse decrescimento mágico de Etern foi o desaparecimento de Golomites e Yadomns. Os povos mágicos que habitavam o continente afastado, Daren, se deu subitamente. As pessoas se perguntaram durante muito tempo se estes haviam morrido devido à falta de magia no ar. O que na verdade ocorreu ou uma migração destes para o Elevado ou para outros mundos mais férteis, antes que fosse realmente impossível para eles manter a vida numa atmosfera desprovida de magia.
Junto com essa crise mágica parecia que a própria humanidade se transformava. Haviam cada vez mais bandidos e assassinos. Os governos se tornaram mais desleais do que quaisquer outros das eras mais antigas. A ganância se tornava uma doença cada vez mais proliferada, à medida em que a classe burguesa se tornava inchada demais para ser suportada com decência por seus governos monárquicos.
Foi nesse período também que os primeiros passos da Ciência Pura, desprovida de vínculo com a magia, se deram.
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Ian Etern, o príncipe daast
Centenas de anos transcorreram. A extinção da magia continuou avançando pouco a pouco. Na época em que Ian Etern nasceu as façanhas mágicas já haviam sido reduzidas a pequenos efeitos que funcionavam no máximo como auxiliares em uma batalha de espadas. Muitos exércitos já utilizavam armas de fogo primitivas.
Ian Etern foi marcante para a história do Clã Sagrado. Tendo sido sequestrado ainda quando criança, o príncipe foi dado como morto durante uma década. A realidade é que Ian Etern foi capturado e torturado pelo líder de uma das facções mais sombrias dos daasts, sendo forçado a tornar-se um mago negro do tipo mais sanguinário. Ele foi usado na tentativa de assassinar o rei daquela época, para que os daasts tomassem o poder, porém o plano não foi bem-sucedido. Ainda assim, Ian tornou-se um rei frio e cruel, sendo temido por boa parte da realeza. Porém sua frieza se mostrou necessária quando acontecimentos terríveis se abateram por toda Etern.
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A noite de seis estações
Uma tragédia abateu-se sobre toda a Etern, marcando o início do período final da Era dos Heróis. Uma tormenta da natureza como jamais se viu igual, que durou cerca de dezoito meses e se espalhou por todos os continentes, devastando e mudando por completo a situação econômica e política de Etern.
Maremotos, terremotos, nevascas, furacões e chuvas incessantes, em uma proporção tal que os estudiosos não souberam explicar como fora possível. A tormenta teve início no oceano, entre o país aika e a costa oeste do país halz, logo estendendo-se pelo Desento da Desolação, todo os país Simes e por fim o continente Nayo.
Os fenômenos foram de uma violência que devastaram por completo a península aika, levando aquele povo quase à extinção. Os devens enfrentaram uma miséria como jamais qualquer seca fizera antes.
Em quatro meses o Senado Universal parou suas atividades, pois todos os povos estavam enfrentando dramas, o que exigiu que os senadores e políticos voltassem a suas pátrias. As forças militares da Família Real foram pouco para tentar amenizar o sofrimento mesmo das famílias de Doradem.
A tragédia teve início logo no primeiro ano de reinado de Ian Etern, o príncipe daast, o que fez vários opositores declararem que aquilo era uma punição dos deuses por deixar uma pessoa tão corrupta ascender ao cargo mais alto do governo mundial.
Houve também quem afirmasse que a “Noite” se tratava do retorno do deus-demônio Beidbed.
Ao término da Noite, os halz deram abrigo aos sobreviventes aikas, que se instalaram provisoriamente em sua costa mais ao norte. Anos depois houve a migração dos aikas para uma província simes, onde estabeleceram sua nova nação, já com a cultura mágica extinta e com o desenvolvimento tecnológico evidente. Um grupo chamado Rebeldes Steam, liderado por Pedro Steam, foram grandes responsáveis pelo barateamento e desenvolvimento das primeiras tecnologias sofisticadas utilizando vapor.
Claro que os Simes não aceitarem essa perda territorial pacificamente, o que criou diversos conflitos entre os dois povos.
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Os marcos finais da Era dos Heróis
Diversos acontecimentos seguintes à Noite de Seis Estações marcaram o fim da Era dos Heróis.
Primeiro as chamadas Torres dos Deuses, presentes desde o início dos tempos no país Simes e país paraxo de Lifay, vieram a baixo quase simultaneamente. A sociedade ficou perplexa com esse acontecimento e o atribuíram como consequência da Noite. O real motivo, jamais compreendido pela massa, era que as Torres, assim como criaturas mágicas antigas (como Golomites) necessitavam de magia para existir e, àquela altura, a atmosfera de Etern já estava escassa dessa energia, o que levou à erosão das construções.
O Senado Universal, mesmo depois do restabelecimento da ordem, gerado pelo imperador Dan Magno Etern, séculos antes, não mais voltou a trabalhar de maneira perfeita. Em grande parte, isso também foi devido à falta de autoridade do Clã Sagrado sobre os atuais governantes.
O Clã Sagrado em si estava chegando ao seu final. O neto de Ian Etern, Lance Etern, foi o último a reinar oficialmente. Ele foi assassinado durante uma batalha dentro de Doradem. Ainda que existissem ainda primos e sobrinhos de Lance que poderiam vir ao poder um outro fato também ocorrido durante esta batalha em Doradem foi o ponto final daquela família histórica.
Ao receber o golpe fatal, Lance empunhava a lendária Espada Spirit. A mesma caiu de suas mãos e, ao atingir o solo, teve sua lâmina partida em três partes. Este fato despertou discussões intermináveis sobre seu significado. Para os céticos aquilo fora apenas uma espada muito velha se quebrando. Já para os poucos que preservavam a cultura da sabedoria dos tempos antigos, aquele fora o sinal de que o Clã Sagrado havia deixado de existir como os representantes dos imortais em Etern.
Este momento, marcado também como fim da cidade-fortaleza de Doradem, é o marco do fim da Era dos Heróis.
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Era Moderna
O desenvolvimento tecnológico
Com a destruição de Doradem e o fim da Linhagem Sagrada, o Senado Universal de Etern foi dissolvido em questão de poucos meses, já que as principais bancas (Simes, Aika e Daast) estavam em guerra neste período.
A República Aika teve um desenvolvimento econômico e tecnológico mais veloz do que outros povos e logo passou a ter o controle econômico de todo o mercado internacional em formação. Foram pioneiros em técnicas que tornaram motor das primeiras indústrias, como a otimização do uso do vapor e a energia elétrica.
A Nação Simes passou por um demorado e sofrido processo de separação, onde todas as suas províncias tornaram-se países a princípio monárquicos.
Na corrida pela modernização os daasts e lifays foram os mais bem sucedidos, depois dos aikas. Os devens passram a ser mais geradores de capital intelectual do que produtor. Os halz entreram em um isolamento que durou meio século, retardando sua inevitável dissolução em diversos países.
Os daast tornaram-se uma potência graças à sua indústria bélica, que introduziu armamentos e veículos de guerra.
O primeiro automóvel foi projetado por um devem, formado em uma universidade aika, ao trabalhar em uma empresa lifay.
Da primeira indústria têxtil ao primeiro automóvel levou-se cerca de duzentos anos, isso graças à resistência na modernização de alguns povos.
Do primeiro automóvel ao primeiro computador digital foram trinta anos. Vinte até os computadores pessoais e mais vinte até a Era da Internet.
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Depressão tecnológica
Apesar de todo o desenvolvimento moderno de Etern, os conflitos sociais e problemas como “epidemias” de depressão e suicídios em massa explodiram por todos os países agora existentes em Etern. O entretenimento tornou-se uma das indústrias mais importantes para tentar conservar a saúde mental da população de classes mais baixas, oprimidas pelas condições degradantes de trabalho e a falta de valores ou esperança.
O fenômeno chamado de “depressão tecnológica” se deu exatamente neste ponto da História, quando o crescimento das economias acarretava uma série de mazelas para a população mais pobre e desprivilegiada pelos avanços. Um fenômeno contrário do que se imaginaria a princípio. Ao mesmo tempo em que a liga mundial de tibol movimentava uma quantidade absurda de dinheiro, levando espetáculos grandiosos a todas as partes do globo, a quantidade de abortos e suicídios só crescia a cada ano. Seitas ocultistas sem qualquer vínculo com a verdadeira magia surgiam como conforto para os que precisavam de respostas, não importando os métodos para chegar a estes esclarecimentos.
A certa altura, um dos muitos conflitos globais daqueles tempos acabou trazendo um sentimento de busca pelo passado e sua valorização que impulsionou como nunca antes a pesquisa arqueológica. Do dia para a noite as páginas dos grandes jornais davam tanto destaque para as estrelas do tibol quanto para os resultados mínimos de qualquer grupo de arqueólogos que viajava para o esquecido continente Daren.
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O colapso da Anti-Existência
Foi neste ponto em que nasceu Miguel, um jovem comum que se tornou arqueólogo e foi responsável por uma série de descobertas importantes sobre o passado perdido de Etern. Peças soltas e incompreensíveis de um grande mistério, aos olhos do público. Porém foram os acontecimentos seguintes a essas descobertas que marcaram uma nova revolução na história de todo o mundo.
Miguel e seu grande amigo, Foster, foram envolvidos em uma trama muito maior do que suas próprias existências. Isso porque, dentro da alma de ambos haviam segredos dos tempos mais antigos do que o próprio mundo, que foram fundamentais para o momento de crise que atingiu toda a Existência.
Foster não era nada menos do que a reencarnação adormecida do antigo deus-demônio Beidbed. Sua identidade foi descoberta por uma seita que seguia as determinações dos lendários escritos de Éluri Etern, para tentar salvar Etern de uma possível destruição. Contra a própria vontade, Foster foi usado e teve todo o poder dentro de si despertado, sendo usado como uma arma de opressão e destruição. A seita que o usara queria não apenas salvar Etern, mas também tornar-se sua governante suprema.
Já Miguel tinha um segredo ainda mais ancestral o outro. Ele era nada menos do que o “Infinit Original”, uma entidade criada antes do início da existência de Etern, pelos próprios deuses originais. Miguel jamais havia encarnado antes, pois sua vida havia sido criada e planejada para aquele momento da História. Pois acontecimentos muito piores do que o despertar de Foster estavam caminhando fora dos domínios de Etern, para afetar todos os seres vivos, mortais e imortais do Reino dos Sonhos.
Ametronel, uma entidade nascida do ódio dos infinits, uma criatura com o poder até então desconhecido, a “Anti-Existência”, que enfim despertou depois de milênios acumulando sua energia com um único objetivo: fazer deixar de existir tudo o que havia no Universo.
Uma batalha transcendental que levou não apenas Etern, como toda a Existência, aos seus limites se sucedeu. Miguel cometeu erros na sua trajetória, mas ainda conseguiu a vitória sobre Ametronel.
A essa altura já não existia mais o que fora conhecido como Etern. Apenas uma ínfima parte do território de antes resistiu à batalha e essa porção acabou por fundir-se a outras tantas migalhas de mundos de diferentes dimensões, para configurar então a nova face do Reino dos Sonhos.
Iniciava-se neste ponto uma nova era histórica, ainda inexplorada: A Era Neo-Magica.
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(N.T.: Apesar de ter detalhes de imenso interesse para a o entendimento dos Tempos Antigos, é notável que houve menor esforço nestes relatos do que nos relatos das nomeada ‘Era dos Deuses’. Este fato denota certo caráter religioso às possíveis motivações desta obra, o que pode fomentar teoria de tenham sido escritos pelos precursores da religião Infinitare.)

[História] Cronologia Etern-Therimah com comentários - Parte 1


(Nota da tradutora do rúnico arcaico: Os documentos apresentados a seguir e nas próximas seções são relatos recuperados através de expedições arqueológicas ocorridas ao longo desta década, a constar do ano 230RD à 240RD (Refundação de Doradem). São escritos provavelmente datados do final do período arcaico onde Therimah era denominada pelo nome Etern, aparentemente uma época onde a busca por resgatar dados de períodos ainda anteriores estava em voga, devido ao detalhamento ímpar de tais relatos.
Também gostaria de acrescentar uma nota histórica desta tradução sobre a estranheza e divergência imensa entre Mundo Antigo e a Therimah contemporânea. Sem grande alarde, irei apontar algumas das incongruências de tais textos através de notas.)
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Cronologia de Etern detalhada

Era dos Deuses
(N.T.: Relembro o dito em nota anterior sobre a incompatibilidade do texto a seguir com as crenças atuais difundidas fora dos círculos da religião dos Infinitares. Fiz o possível para não deixar nenhuma informação de fora, apesar de não ter apego pessoal por tais crendices.)
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No início do mundo os deuses eram próximos aos mortais
No início dos tempos a magia entre dos homens era tão natural que nem sabiam o quão extraordinário eram seus feitos. Mesmo nos pequenos vilarejos, ou entre os pescadores de águas gélidas, a magia era algo natural e necessário para a sobrevivência naqueles tempos onde os dias e noites mudavam de duração a cada mês e o frio e calor se alternavam sem seguir qualquer rotina. Os escritos mais antigos de que se tem registro são de um vilarejo deven e neles está dito que mesmo o ar que se respirava parecia conter a energia que circulava por todas as partes do mundo.
Os deuses criadores de Etern reinavam sobre seus mortais como pais bondosos e pacientes. Ensinavam aos humanos sobre a educação e a importância da escrita. Mandavam-lhes animais para que se alimentassem quando a fome era grande e não deixavam as tempestades destruírem as suas casas simplórias.
Os paraxos foram o povo que mais cresceu culturalmente no início dos tempos. Logo suas pequenas vilas formaram as primeiras cidades e eles conheceram os caminhos dos mares. A magia amarela, nativa destes povos, os ajudava a enriquecer o intelecto, uma vez que através de suas invocações vários seres ancestrais surgiam para aconselhá-los.
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Os povos bárbaros
Dentre os povos bárbaros extintos nos primórdios de Etern dois se destacaram por sua grande importância para a configuração de sociedades poderosas das eras seguintes.
O primeiro foi uma tribo de guerreiros selvagens que habitaram o estreito entre o que se tornou o território da Nação Orgulhosa Aika e o Deserto da Desolação. Eram pessoas de aspecto selvagem, corpulentas, de cabelos azulados e pele amarelada. Histórias sobre hábitos canibais desta tribo persistiram pelo tempo, mas a verdade nunca foi esclarecida. Eram adoradores das guerras e amantes do poder, tornando-se naqueles tempos os mandantes de toda aquela região, subjugando o outro povo que vivia ali, também ancestral dos modernos aikas. Foram dizimados durante a expansão dos daasts, durante a ascensão de Beidbed, tendo seus únicos rastros nos descendentes que tiveram junto com o povo que veio a se tornar o aika.
O segundo povo bárbaro habitou na fronteira entre os continentes Simes e Rokor. De cabelos ruivos e dotados de uma grande inteligência constituíram um reinado que mesclou povos de ambos os continentes naquela região. Eram pacifistas e amantes da cultura. Foram dizimados pelos daasts, porém o sangue desta linhagem, junto aos simes e devens primitivos formou o que veio a ser o povo deven moderno.
Houve também um terceiro povo bárbaro de importância, os Daast. A diferença deles para os outros é que, ainda que muitos tenham acreditado por séculos na sua extinção eles nunca desapareceram. Um povo com valores amorais, com sede de poder e sangue que ameaçou a vida das outras nações no início dos tempos, tendo Beidbed, seu Deus Guardião como aliado direto em suas vitórias. Com a primeira queda de Beidbed e a ascenção do Clã Sagrado, os daast foram perseguidos e quase extintos. Sobreviveram muito poucos, que escolheram as paisagens degradadas de uma parte específica do continente Simes para esconder-se e esperar pelo retorno do seu protetor, Beidbed.
(N.T.: Esta seção mostra como a visão de povos do Período Antigo era limitada. Existe alguma descrição do povo que sabemos ser o narin, mas os oboji, por exemplo, sequer são citados, assim como os ayuma e os lafos. É de se pensar que, a ausência de tais culturas de tamanha importância durante este e todos os outros relatos encontrados durante as escavações seja fruto de uma possível supressão real de tais povos que, apenas após a libertação das crenças do Período Antigo, puderam prosperar e integrar o mundo plural de povos e ideologias que temos atualmente.)
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As outras nações primitivas de Etern
Dos outros povos de Etern vale destacar o desenvolvimento inicial dos simes e dos paraxos. Os simes cresceram através de pequenas vilas que logo se tornaram províncias autônomas. O início dos paraxos foi bem semelhante ao dos simes, porém muito mais acelerado, destacando-se o aspecto cultural, no qual o Deus Guardião deles, Parax, os guiava com cuidados maiores.
Como o continente Nayo, habitat dos paraxos, é um arquipélago com duas grandes ilhas e outras dezenas menores, logo este povo se voltou para o mar. Criaram uma frota naval não-bélica para atravessar os oceanos, assim estabelecendo missões de exploração para outras partes do mundo. Essas missões se espalharam com os mais diversos objetivos, dependendo da região de origem.
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A ascenção de Beidbed
Dentre os cinco deuses criadores de Etern sempre existiram inimizades. Conflitos ancestrais que nenhum mortal jamais soube entender a origem, pois as raízes desses ódios vinham de antes do próprio tempo de Etern começar.
Acontece que Beidbed, deus-guardião dos daasts e Senhor das Sombras de Etern, tinha completa aversão aos outros quatro imortais. Seu desejo de destruição era tamanho que mesmo no início dos tempos ele controlava-se para não quebrar todas as regras e acabar com a existência de seus rivais. Desde o primeiro dia ele tramou seu plano para subjugar não somente os deuses, como também seus frágeis povos protegidos, inocente e mortais sobre as planícies de Etern.
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O avanço dos daasts sobre os outros povos
Com o apoio de Beidbed, os daasts se espalharam pelo mundo com a missão de destruir e conquistar todos os territórios que encontrassem pela frente. Neste período povos inteiros foram dizimados e as primeiras províncias simes foram desmanteladas. Os conhecimentos mágicos dos daasts eram todos voltados para assassinatos e maldições, fazendo deles guerreiros incomparáveis com quaisquer outros até então.
Chegou ao ponto em que o próprio Beidbed caminhou à frente de suas tropas mortais, na vez em que destruíram por completo a cidade mais desenvolvida daqueles tempos. Foi então que os outros deuses decidiram intervir contra as atitudes do Senhor das Sombras de Etern, iniciando o que ficou conhecido como Batalha dos Deuses.
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Batalha dos Deuses
Wolferh versus Beidbed
O primeiro Deus-Guardião a reagir às agressões de Beidbed contra os mortais foi Wolferh. Dentre os criadores de Etern, Wolferh era o mais feroz e violento. Ele decidiu lutar contra Beidbed diretamente para deter seus avanços, mesmo com a oposição dos outros três deuses. Sem dar ouvidos aos alertas de nenhum deles, Wolferh partiu para o solo mortal de Etern e desafiou Beidbed.
Em todas as partes do mundo os mortais sentiram o horror do combate entre dois Deuses-Guardiães. E o temor pelo fim dos tempos ainda tão curtos de Etern passou pelo coração de cada um, pois o poder e destruição daquela luta era incomparável a qualquer coisa que conhecessem.
Porém Beidbed tinha a seu favor a falta de limites e moral e assim decaptou a cabeça de Wolferh em um golpe perfeito, fazendo o sangue deste jorrar pelas terras mortais. E foram nas terras onde o sangue cheio de rancor de Wolferh jorrou que se formou os pântanos e vales onde o povo daasts posteriormente passou a habitar. Uma terra escura e podre que jamais voltou a ser uma floresta.
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Simes versus Beidbed
Com a destruição de Wolferh, os outros três deuses-guardiães viram-se em uma crise. Simes, que era o mais próximo a Wolferh decidiu que iria vingá-lo e clamou pelo apoio de Ran e Parax, porém ambos negaram seu pedido. Ran declarou que em toda a sua existência só iria erguer sua espada uma única vez, mas aquela não era ainda a hora certa. Parax, já convencido de que aquela batalha contra Beidbed iria devastar Etern por completo, decidiu tomar suas próprias atitudes em prol dos mortais que dera vida e abençoara.
Simes então partiu para a batalha sozinho, ainda que temeroso. Beidbed havia se tornado ainda mais poderoso com a morte de Wolferh, pois ele absorvera para si toda a energia transcendental da arma do deus deposto.
A batalha de Simes e Beidbed foi ainda mais terrível do que a anterior, pois Simes era o mais habilidoso dos imortais e defendia-se bem das investidas do inimigo. O Senhor das Sombras ficou ferido nesta batalha, porém ao final saiu vitorioso, destruindo assim o segundo de seus rancores. Porém foi impossível para ele tocar na espada deixada pelo derrotado e o desgaste que sofreu o fez abandonar os campos de batalha por algum tempo, deixando os daasts continuar a conquista de Etern por si mesmos.
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A Parede do Fim
Parax decidiu que o seu povo, os paraxos, não iriam sofrer pelos erros dos outros deuses-guardiães de Etern e então ergueu uma barreira no meio do oceano para separar o continente Nayo do resto do mundo. E assim durante mais de um milênio seu povo ficou quase isolado. Este fato foi o que possibilitou o desenvolvimento das duas nações que ali se formaram: Lifay e Nofay.
Porém, como dito antes, os paraxos enviaram muitas missões marítimas para desbravar os outros continentes e, com o surgimento da Parede do Fim, muitos desses exploradores acabaram ficando do lado de fora da proteção. Estas missões se uniram e formaram uma tribo nômade. Estes ficaram conhecidos como Os Esquecidos de Parax e o amor por suas terras natais foi destruído por estes acontecimentos.
Os Esquecidos de Parax decidiram combater os daasts por si próprios, como uma maneira de honrar o que achavam que o próprio Parax deveria ter feito. Obtiveram muitas vitórias e por todos os lados os povos oprimidos ouviram falar dos feitos daqueles guerreiros.
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A Espada Spirit e Ien Etern
E aconteceu que em determinado momento a tribo nômade chegou até a grande planície onde ocorrera o embate entre Beidbed e o Deus Simes. Diferente do que acontecera no caso de Wolferh, a natureza fora preservada após o confronto e aquelas terras eram férteis e de clima agradável. A única marca da batalha era o da Espada Spirit, arma sagrada do deus destruído, que estava cravada no solo, como que deixada para um sucessor.
Nenhum dos mortais conseguia tocar na espada, porém Ien, o líder dos Esquecidos naqueles tempos ao aproximar-se da lâmina imortal pode sentir que seu coração era chamado para aquele objeto e assim ele estendeu a mão para segurar a espada.
A Espada aceitou Ien, que a retirou do solo. E naquele instante, tão rápido quanto um segundo, todo o conhecimento secreto e proibido para os mortais entrou na alma de Ien e o fez entender que existia uma fonte de energia quase inesgotável dentro da alma de cada pessoa. E isso fez de Ien o guerreiro mortal mais poderoso sobre Etern naqueles tempos e em quase todos os posteriores.
Naquele momento o paraxo declarou-se perante seus companheiros como Ien Etern, o primeiro rei de todas as terras de Etern e fundador do Clã Sagrado, que seria a sua própria linhagem daquele momento em diante.
Mesmo entre seus amigos, muitos duvidaram das palavras de Ien, porém ele mostrou que suas palavras eram verdadeiras quando o grupo partiu novamente para combater os daasts.
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O clã sagrado contra os daasts
O poder de Ien Etern era enorme e nos campos de batalha isso transpareceu. Todos os que o assistiam batalhar ficaram assombrados e acreditaram por fim que aquele homem era abençoado pelo poder divino. E ainda que o domínio dos daasts fosse grande, neste período, muitos de seus territórios foram retomados pelas mãos de Ien Etern.
Ien espalhava por onde passava a mensagem da existência do Clã Sagrado, os verdadeiros governantes de toda Etern, abençoados pelos deuses. E mesmo naqueles tempos de medo, muitas pessoas acreditaram em suas palavras graças aos feitos que realizava.
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O início da ordem dos magos marciais
Porém Ien Etern pensava em mais do que ter o poder de um rei. Ele desejava ter os mais poderosos guerreiros sempre ao lado de seus descendentes e assim instituiu uma ordem de guerreiros: a Ordem dos Magos Marciais. Ele começou ensinando a seus companheiros mais virtuosos os segredos da energia mágica que havia dentro da alma de cada ser humano e que poderia ser usado para o combate. E assim formou-se uma pequena e quase indestrutível tropa de guerreiros que fez os feitos do Clã Sagrado se tornarem ainda mais conhecidos por todo o mundo.
(N.T.: Esta seção mostra um elemento que persiste até os tempos atuais – os magos marciais.)
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Ran versus Beidbed, sua vitória e a fuga desesperada de Beidbed
Mas a Batalha dos Deuses ainda não havia terminado, pois com a morte de Simes, o pacífico guardião Ran, criador das terras dos Golomites e Yadommns percebeu que enfim chegara a sua hora de batalhar.
Beidbed menosprezou o alerta de Ran, que disse-lhe para desistir de seus planos de destruição das criações dos outros guardiões e por isto este ergueu-se por fim para o confronto definitivo.
Acontece que o Senhor das Sombras não previu que o Mestre da Natureza fosse tão poderoso quanto de fato se mostrou em combate. Mesmo utilizando-se das técnicas mais violentas, Beidbed não conseguiu em momento nenhum ameaçar Ran. Este por sua vez feriu e marcou Beidbed de uma maneira tão profunda que suas chagas levariam séculos para cicatrizar e assim o baniu de Etern para as profundezas dos vales esquecidos do mundo dos imortais, chamado O Elevado.
E todos os mortais souberam do milagre realizado por Ran e quiseram o adorar, porém este decidiu que desapareceria de uma vez por todas de Etern e assim o fez.
E foi graças a esses acontecimentos da “Batalha dos Deuses” que os mortais entenderam que não poderiam esperar pelas bênçãos divinas. Graças a isto os credos de todos os povos de Etern sempre foram de menor importância social do que seriam em culturas em desenvolvimento, pois mesmo que em alguns séculos não houvessem mais pessoas que recordassem do poder tremendo dos deuses, todos sabiam que estes não se importavam com os mortais, querendo apenas resolver suas próprias questões.
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Os daasts são subjugados e massacrados
Com o afastamento de Beidbed não houve nada que impedisse o Clã Sagrado de destruir o império dos daasts. Foram décadas de perseguição a este povo, e o objetivo dos herdeiros de Ien Etern era apenas um: exterminar por completo aquele povo amaldiçoado.
Os daasts foram reduzidos a centenas e só sobreviveram por escolher os vales perigosos de Simes para construir pequenas cidades entre as rochas.
Depois disso não mais se ouviu falar nos daasts e por séculos eles foram dados como extintos, restando apenas as lendas sobre o reino de sombras que haviam construído nos primórdios de Etern.
E estes acontecimentos marcam o fim da era mais primitiva de Etern.
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A fundação de Doradem
Com o fim da caçada aos daasts, o Clã Sagrado retornou às planícies onde Ien Etern encontrara a Espada Sime e ali decidiram erguer a sua morada. Uma cidade planejada para se tornar a capital mundial e o lar do Clã Sagrado. E chamaram aquela cidade dos sonhos de Doradem.
Levaram-se muitas gerações para que o acampamento dos que foram a tribo dos Esquecidos se tornasse uma cidade-fortaleza, mas de fato isto aconteceu antes do oitavo descendente de Ien Etern morrer.
(N.T.: É de conhecimento comum que a Doradem atual é a terceira cidade com este nome. É um verdadeiro achado histórico ver que a cidade primeira é vinda de um tempo tão antigo que é possível mesmo dissociar sua fundação de elementos de mitologia e fantasia de tempos tão remotos.)
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A conquista da posição do Clã Sagrado
Depois da era de sombras que fora a época da batalha dos guardiões de Etern, os povos voltaram a desenvolver suas sociedades e culturas. Os aikas foram os primeiros a se declarar como uma verdadeira nação unificada e habitaram as terras geladas ao norte do continente Rokor. Também foram os que primeiro desenvolver uma economia mais complexa dentro do próprio território.
Diversas nações menores foram se formando em Simes, a maioria se tratando da união de vilas de agricultores em torno de uma pequena cidade onde se realizava o comércio entre esses vilarejos. A presença dos magos brancos na administração dessas pequenas nações era grande, visto que esses magos eram vistos como pessoas justas e de grande sabedoria.
Os devens tornaram-se especialistas em navegação, estabelecendo a maior nação em território daqueles tempos. Isto porque suas cidades se espalhavam pelas costas de Rokor e as comunicações se davam pelos mares.
Os halz eram o povo mais fechado, mas já eram um império próprio desde as épocas antigas.
Nestes tempos o Clã Sagrado fazia grandes esforços para ser reconhecido como o poder central de Etern. Fizeram aliança com as lideranças devens e com algumas das províncias simes, porém a relação com os aikas era mais difícil. Foi somente com batalhas que a o Clã conseguiu um documento da realeza aika reconhecendo a posição da família Etern, o que na prática não mudou muito as relações de poder, diferente do que aconteceu com as relações comerciais. Doradem tornou-se um território muito rico naqueles dias.
(N.T.: Foi tentar reavivar tais valores de centralização e hierarquia aos moldes das lendas do Clã Sagrado que levou à guerra que destruiu a segunda Doradem e criou uma crise econômica e humanitária em escala mundial.)
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Riul Simes e a fundação do país Simes, pela união das províncias
Com o desenvolvimento das províncias independentes que ocupavam a parte central e sul do continente Simes, o início de um movimento de unificação ocorreu de modo natural. Porém questões logísticas, causadas pela enorme distância existente entre a maioria das cidades mais desenvolvidas pareciam tornar aquele anseio impossível de ser concretizado. Foi o guerreiro e pensador Riul Simes quem conseguiu realizar tal façanha. Ele escreveu de próprio punho os documentos e livros que serviriam de base para o funcionamento governamental de uma nação com território tão imenso, regras estas que além de possibilitar a criação do Estado, não retirava os poderes de cada uma das cidades desenvolvidas das províncias. Porém, devido à resistência de algumas das províncias mais distantes da capital estabelecida, foi apenas com o advento de um conflito com os aikas que o novo regime foi totalmente aceito. Assim surgiram os Estados Unificados Simes, uma nação que prosperou rápido, assim como a magia branca.
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Mago Wuith
Durante os séculos seguintes a Magia Branca, arte mágica dos Simes, prosperou graças à construção do Siẽ Branco, produto da aliança do governo com Doradem. Grandes mestres desenvolveram seus trabalhos nesse lugar dedicado ao estudo e espiritualização. Neste período, vários sábios alcançaram a própria imortalidade através do seu conhecimento e paz. Porém, os mais conhecedores dos segredos do Destino, começaram a prever um futuro nebuloso, onde toda a forma de magia seria extinta. Graças a essas previsões terríveis que este grupo de imortais decidiu abandonar Etern. Em questão de duas décadas todos os mestres mais antigos em magia branca desapareceram, levando consigo não apenas os segredos da imortalidade, como também diversos outros conhecimentos místicos avançados, jamais recuperados através dos estudos de seus discípulos. Foi apenas um daquele grupo de imortais, que permaneceu, em uma atitude de rebelião incompreensível para os mortais.
Mago Wuith era como o conheciam. Fisicamente um senhor de idade avançada, corpo curvado e magro. O mago permaneceu em Etern com a esperança de que seus conhecimentos e intervenções pudessem, no futuro fatídico, impedir a total perda de fé dos povos de Etern. Wuith se afastou dos outros magos que conhecia e viu de longe o início da decadência acentuada da magia branca.
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As guerras entre devens, halz e aikas
Durante os séculos seguintes a História foi pontuada por uma série de conflitos entre as diversas nações, todos em paralelo ao próprio desenvolvimento dos povos, que ocorria de maneira dificultosa. Algumas dessas guerras chegaram a se estender por mais de dois séculos. A mais notória foi entre os povos Deven, Aika e Halz. Pontua-se que para os Aikas houveram pouquíssimos períodos em que a nação não estivesse oficialmente em batalha contra alguma outra. A natureza predatória dos aikas os fazia ansiar por estes embates.
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Éluri Riulis e os três irmãos Etern
Passou mais de um milênio desde a expurgação do Deus-demônio Beidbed de Etern quando Éluri Riulis foi encontrada pelo misterioso Mago Wuith. Ela era a filha caçula de uma família de comerciantes da província Leste do Estado Simes. Uma jovem com estudo básico, mas sem qualquer perspectiva de ter um destino diferente do que tiveram suas antepassadas. Porém o mago andarilho percebeu naquela jovem um potencial enorme para a magia branca, algo que era muito raro já nesta época, então pediu a seus pais para que permitissem que ela fosse educada no Siẽ Branco, em Doradem, o que eles aceitaram de imediato.
Ao mudar-se para Doradem, Éluri acabou conhecendo os três irmãos descendentes diretos da coroa do Clã Sagrado. Willian Etern VII, Charle Jones Etern e Thomas Etern. Ela acabou se tornando uma das poucas amizades dos irmãos fora dos muros do castelo da Família Real. Essa proximidade desde cedo foi o que levou Éluri Riulis a se casar posteriormente com William, ascendendo assim ao mais alto patamar da realeza de Etern.
Sobre Charle Jones é importante destacar o caminho tortuoso que ele escolheu para sua vida, após o fim dos estudos no Siẽ Aika. Por ter muita inveja do irmão mais velho, William, que herdaria o trono de governante de Doradem e de todas as terras de Etern, Charle acabou por afastar-se da família, indo viver entre os aikas, inclusive casando-se com uma jovem pela qual se apaixonara na época dos estudos do S.A.M.A. Ele viveu durante alguns anos em paz nessa sua nova vida, porém o sentimento amargo da inveja não o abandonou. Foi quando um mago obscuro, conhecido como Chiwan, se aproximou o príncipe, seduzindo-o com a promessa de grandes poderes, com os quais poderia se vingar de seu irmão. Assim, Charle Jones abandonou sua nova família, antes mesmos do nascimento de sua primeira filha, para buscar sua “vingança” contra William. Assim, ele se tornou o demônio conhecido como Dragonwar.
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O início do legado da Família Magno
Os Magno não passavam de uma pequena família da classe burguesa da capital da província sul do Estado Simes. Pessoas com uma vida agradável, mas sem qualquer relevância para um âmbito social mais amplo. Normalmente os homens dessa família se tornavam secretários e assessores dos prefeitos locais. Isto até o nascimento de Mary Magno.
O Mago Wuith visitou a cidade onde vivia a família Magno em sua eterna caminhada em busca das pessoas certas para mudar o destino cruel que aguardava o futuro de Etern. Ele conheceu Mary Magno ao ser recepcionado pelo círculo burguês do lugar. Uma menina sem aparentar fisicamente nada de anormal, mas que os sentidos apurados do mago, mostrou um talento para a chamada magia marcial enorme, como o mago não se recordara já ter percebido. Assim como no caso de Éluri Riulis, o mago pediu permissão da família para que a garota fosse educada de maneira adequada, a preparando para um futuro muito maior do que lhe estaria reservado se permanecesse naquela cidade pacata.
Mary se tornou um dos mais poderosos Magos Marciais de todos os tempos, a mais poderosa de sua geração. Ela e Éluri Riulis se tornaram grandes amigas em suas juventudes.
(N.T.: Tanto o Clã Riulis quanto o Clã Magno são famílias que tem ainda certo protagonismo no cenário político de Doradem até os tempos de hoje, apesar de em partes da história terem desaparecido dos registros.)
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Mary Magno versus Beidbed
Ocorreu que, neste período, depois de um milênio vivendo em trevas e humilhação, o Deus-demônio Beidbed estava quase recuperado totalmente dos danos sofridos pelas mãos do deus Ran. E o desejo de vingança para com o grupo, agora desfeito, de deuses criadores de Etern ainda não havia se extinguido. Muito pelo contrário. Beidbed começou a planejar sua invasão e tomada de Etern. Se os próprios criadores não iriam pagar, seus povos mortais o iriam. Seu desejo é de que os daasts governassem.
Foi quando Mary Magno cruzou o caminho do deus quase recuperado. Assim como ocorria a todos os grandes guerreiros de Etern, Mary também se tornou servidora direta dos interesses do Elevado, o mundo dos imortais. Foi com um golpe de grande sorte que Mary acabou por revelar as intenções de Beidbed e confrontá-lo diretamente.
Para Beidbed uma batalha com uma mortal não parecia significar qualquer ameaça, afinal um dos preceitos mais básicos da imortalidade é que apenas outro imortal, ainda mais poderoso, poderia lhe derrotar. Porém, o deus ignorou o fator misterioso inerente àqueles chamados pelos Antigos de Infinits, o que levou a batalha a um desfecho inesperado.
Beidbed foi ferido por Mary Magno, que em um ataque de sacrifício de toda a sua força mágica proveniente do fundo da sua alma humana, conseguiu atingir de maneira quase fatal o demônio. Em troca desse ato, porém, Mary teve sua estrutura mais profunda da alma aleijada de maneira irreparável, a condenando a nunca mais ser capaz de utilizar suas habilidades mágicas grandiosas.
Para o deus-demônio aquela derrota foi uma surpresa tremenda, porém, após passado o choque daquele acontecimento, ele percebeu que aquilo apenas adiara em algumas décadas a sua vingança, o que o fez aguardar com paciência pelo momento.
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A Batalha Sombria
Após estes fatos, graças à intervenção de Éluri Etern, filha de Éluri Riulis e Willian Etern, somada as providências tomadas pelo Mago Wuith, foi formada uma trama secreta para combater o ataque que em breve atingiria Etern. Essa trama tinha como figuras centrais os irmãos gêmeos Fredan e Shin, filhos de Mary Magno, mas afetaria todas as escalas de sociedade ao redor do mundo. A trama manteve oculta até o retorno real de Beidbed à Etern, o início da que ficou conhecida como Guerra Sombria ou Batalha Sombria.
Neste confronto o povo daast revelou sua existência novamente ao mundo e iniciou o ciclo de ataques e batalhas contra os outros povos. Mesmos as forças de Doradem não eram o bastante para deter os ataques que ocorriam por todos os lados. Os daasts tinham como aliados os demônios invocados pelo próprio Beidbed, além de criaturas sombrias das profundezas do mundo, como os vormus. Graças a essas forças os conflitos muitas vezes eram vencidos pelo lado sombrio.
Os povos de Parax também se revelaram ao resto de Etern, nesta ocasião, oferecendo apoio e batalhando ao lado de Doradem contra os inimigos. Houve alguma confusão entre os povos aliados devido a essa ajuda, o que levou a várias derrotas desnecessárias para os povos aika e simes durante a guerra.
Os caminhos da batalha foram tortuosos, mas ao final o plano de Éluri Etern foi bem-sucedido e assim Beidbed foi derrotado. A derrota do último dos deuses de Etern foi o marco do final da primeira era histórica de Etern, a Era dos Deuses.
(N.T.: Apesar de ser um evento de tal magnitude que marcou a divisão das eras históricas, há pouco sobre a Batalha Sombria nos relatos encontrados.)